Com esta nova ação, anunciada na segunda-feira pelo deputado da direita Julio Borges, a MUD reincide em desconhecer as instituições do Estado e as leis da República, um comportamento constante em sua luta para obter o poder político da Venezuela por vias inconstitucionais não contempladas nas leis do país.
Borges assegurou que após a consulta no dia 16 de julho, inexistente na Constituição, a coligação vai iniciar "uma fase superior de luta" com a qual prometem, finalmente, provocar uma mudança de governo pela via inconstitucional.
Desde a instalação da nova Assembleia Nacional com maioria da direita em janeiro de 2016, foram várias promessas deste tipo. Uma deles foi o "julgamento político", que a direita parlamentar pretendeu realizar contra o presidente e que também não está previsto na Constituição.
A oposição prometeu ainda a seus seguidores outra ação sem argumentos legais: declarar o abandono do cargo por parte do presidente Maduro, somente válido se o mandatário estiver mais de cinco dias fora do país ou se deixar seu cargo de modo público e notório, faltas que o presidente Maduro não cometeu.
Após mais de 90 dias de ações violentas nas ruas, que causaram destroços e um grande número de mortes, promovidas pela coligação opositora, a MUD oferece uma nova ação, inexistente nas leis venezuelanas, para derrubar o governo nacional.
Os locais onde serão realizados este "plebiscito" em todo o país, quem ou qual organismo será responsável para regir o processo e contar os votos, e qual será a perguntar a ser referendada, são detalhes que a MUD não informou a sua militância.
A última ocasião em que a MUD fez eleições primárias, em fevereiro de 2012, a votação terminou com a queima dos cadernos de votação por parte dos mesmos organizadores do evento eleitoral. Figuras como a fundadora do partido Vente Venezuela, María Machado, candidata nessas eleições, repudiaram publicamente o processo e seus resultados.