Requesens admitiu que a denominada "Hora 0", passo seguinte à consulta eleitoral ilegal que a coligação da direita marcou para o próximo 16 de julho, consiste em aumentar os níveis de violência, acompanhado de um chamado às ruas "sem retorno" dirigido aos seguidores da oposição.
"Para chegar a uma intervenção estrangeira temos que passar esta etapa (a hora 0)", vociferou o deputado diante do público que o escutava nesta universidade, sede do Centro de Estudos de Cultura Estratégica, articulado com o Comando Sul dos Estados Unidos. Neste local são realizadas investigações para aplicação na ação direita e na militarização da América Latina e o Caribe, como denunciou Adrienne Pine em 2011, em uma conferência internacional realizada em Buenos Aires.
O pensamento de Requesens está alinhado com os de outros porta-vozes da direita como Freddy Guevara, deputado e dirigente de Vontade Popular (VP), que tem reiterado que o objetivo fundamental desta estratégia é gerar um clima de "ingovernabilidade" no país mediante ações nas ruas e mobilizações que coloquem o Estado venezuelano em um dilema.
"Mais um dia nas ruas é outro dia de problemas para Nicolás Maduro", disse Guevara durante os primeiros dis do chamado à violência nas ruas, que em três meses deixa 97 falecidos, segundo uma compilação do Ministério da Comunicação e Informação; mais de 1.400 feridos, destroços a bens públicos e privados, e danos irreparáveis em diversas cidades do país.
O discurso acompanha o constante lobby de organizações e governos de direita, tarefa assumida por políticos como Julio Borges, também do Primeiro Justiça.
Este deputado nos últimos meses se dedica a reuniões com o secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro; o Departamento de Estado norte-americano, os governos da Argentina, Peru e Colômbia, e até o regime de fato de Michel Temer, no Brasil, que tomou o poder mediante um golpe parlamentar contra a presidenta legítima dessa nação, Dilma Rousseff.