No Conselho Permanente da Organização dos Estados Americano (OEA), Pence solicitou que sejam impostas restrições aos vistos das autoridades venezuelanas e que os países-membros do organismo pressionem para que o presidente da República, Nicolás Maduro, "preste contas".
Veja abaixo o comunicado na íntegra:
O Governo da República Bolivariana da Venezuela rechaça energicamente as agressões do vice-presidente dos Estados Unidos da América, emitidas em sua ingerencista intervenção no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos. Definitivamente, nos últimos anos a OEA tem reafirmado sua condição originária de organismo colonialista, a serviço das ambições de dominação de Washington em nossa região.
Os ataques de Mike Pence visam perturbar a paz do povo venezuelano, repetindo a nefasta prática de intervenções estadunidenses que tanto dano causaram na América Latina e o Caribe. A administração de Donald Trump não admite a existência de povos soberanos que não estão dispostos a ceder ante as pretensões imperialistas e supremacistas do regime estadunidense.
Ao pretender ditar ordens aos Estados-membros para que se somem à campanha de agressões contra a Venezuela, os porta-vozes belicistas dos EUA violam flagrantemente o direito internacional no seio de um organismo multilateral que deveria zelar por seu respeito.
Esta conduta arrogante dos Estados Unidos não faz mais que reafirmar a decisão da Venezuela de renunciar a sua condição de membro da OEA, instância que, longe de promover a diplomacia e a cooperação entre os países da região, tem sido um instrumento de agressão que revive o colonialismo que nossos libertadores derrotaram há mais de duzentos anos.
O Sr Pence, em seu cinismo supremacista, pretende encobrir os danos que seu governo tem provocado na sociedade venezuelana através de medidas coercitivas unilaterais, com uma falsa preocupação humanitária cujo objetivo é torcer a vontade do povo para reapropriar-se das riquezas e recursos naturais de nosso país.
Em 20 de maio, sem falta, vão ocorrer as eleições presidenciais na Venezuela e o povo defenderá com votos seu direito a decidir, sem intervenções de nenhum tipo. O mundo inteiro será testemunha de uma nova expressão popular, que reafirmará o caráter democrático da República Bolivariana da Venezuela. Nenhum império poderá contra a vontade dos venezuelanos, dignos herdeiros do Libertador Simón Bolívar, em seu empenho vigente por construir nações e sociedades livres, soberanas, independentes e profundamente anti-imperialistas.
Caracas, 8 de maio de 2018