A Câmara de Deputados da Argentina aprovou nesta quinta-feira (14/06), por 129 votos a 125, o projeto de lei que despenaliza o aborto até a 14ª semana de gestação. O texto segue ao Senado para ser votado e, caso seja aprovado lá, o presidente Mauricio Macri já anunciou que não vetará.
A sessão durou quase 23 horas, começando por volta das 11h30 (hora de Brasília) desta quarta-feira (13/04) e atravessando a madrugada desta quinta (14/06). A votação aconteceu pouco antes das 10h e, na hora da aprovação, ouviram-se gritos de "aborto legal no hospital!" dentro do plenário.
Inicialmente, o placar registrado havia sido de 131 votos a favor e 123 contra, com uma abstenção. Logo após a divulgação do resultado, dois deputados disseram que seus votos não haviam sido corretamente colocados, e o placar se alterou para 129 x 125, com uma abstenção.
O projeto autoriza a interrupção voluntária da gravidez, de forma segura, até a 14ª semana de gestação e gerou fortes reações contra e favor. Grupos pró e antiprojeto permaneceram mobilizados no centro de Buenos Aires desde o início da votação, e a comemoração dos que eram a favor da aprovação foi grande.
"Este é o século do direito das mulheres. Cedo ou tarde as jovens que seguram os lenços verdes vão conquistar o que pedem. Tiremos o aborto da clandestinidade. Unidas em nossas diferenças, que o aborto seja lei!", disse, sob lágrimas, a deputada governista Silva Lospennato, a última a falar a favor do projeto.