"Transnacionais, vocês que são o cartel, não vamos mais comprar de maneira direta, fiquem sabendo, vamos adquirir através da Organização Pan-Americana da Saúde. Não vamos mais (comprar) com intermediários",destacou López entrevistado no programa "Juntos pela soberania" transmitido pela Rádio Nacional da Venezuela.
O ministro denunciou que esta empresas pressionam os laboratórios privados para boicotar a produção e distribuição de medicamentos no país, além de dificultar o envio de remédios do exterior, incentivando o desvio ao mercado especulativo.
"Desconhecemos este tipo de organizações que são representações do cartel das transnacionais na Venezuela. Há laboratórios que depois de negociar conosco, com empresas que têm a possibilidade de fazer uma venda ao ministério, terminam bloqueando a operação e termina não chegando os insumos como os oncológicos e a diálise", disse.
López explicou que o povo bolivariano está sendo vítima de "um bloqueio criminoso que gera problemas gigantescos para a obtenção de medicamentos, produto da pressão internacional".
Por exemplo, o tratamento para pacientes que fazem diálise na Venezuela vêm 90% da Alemanha, e têm sido atrasados de maneira intencional para que não cheguem ao país.
"O avião sai da Alemanha, aterriza em algum lugar da Espanha, vem ao Panamá e as autoridades panamenhas dizem que o avião tem uma falha e não pode seguir voando, não o deixam sair. Tivemos que devolver o avião para a Espanha e através de um voo comercial trazer a carga, o que aumentou os custos a US$3 milhões e causou um atraso", denunciou o ministro.
Uma semana antes das eleições presidenciais, operadores do governo norte-americano bloquearam uma transação por US$7 milhões para a compra de tratamentos para a diálise. A quantia foi bloqueada durante 15 dias por entidades financeiras estrangeiras para boicotar e gerar problemas no país.
Apesar da imposição do bloqueio criminoso, López destacou que o Estado seguirá fazendo todo o possível para importar medicamentos, sobretudo através de uma "triangulação" com países como a Índia e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS/OMS).
O ministro da Saúde criticou a dupla moral de setores da oposição que falam que muitos países querem enviar medicamentos mas por outro lado incentivam o bloqueio e o boicote, entre eles organizações não governamentais (Ong's) como Médicos Sem Fronteiras.