No decorrer de uma jornada de trabalho dedicada ao sistema público de saúde, que teve lugar esta quinta-feira, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reconheceu que há trabalho por fazer, mas também destacou o esforço que tem sido feito na formação de pessoal médico, no âmbito da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP).
A jornada incluiu a cerimónia de graduação de 214 novos médicos especialistas venezuelanos, no Forte Tiuna, em Caracas, no decorrer da qual Maduro anunciou que, ontem mesmo, chegaram ao país caribenho 500 médicos especialistas cubanos, que vão reforçar o programa social Misión Barrio Adentro – instituído por Hugo Chávez em 2003, com o apoio de Cuba.
«Quero dar as boas-vindas, de um modo especial, aos 500 novos cooperantes médicos especialistas de Cuba, que estão a chegar à Venezuela e se integram activamente no sistema de saúde pública Barrio Adentro», disse Maduro na ocasião, citado pela AVN.
Explicando as áreas concretas em que estes 500 médicos vão prestar serviço, o chefe de Estado acrescentou que, na próxima semana, outros 2000 médicos cubanos vão chegar ao país.
A este propósito criticou o governo de Jair Bolsonaro, tendo afirmado que «o fascismo brasileiro acabou com o plano de saúde [«Mais Médicos»]; nós vamos receber [os médicos cubanos] em festa, em cada bairro e comunidade».
Aposta na formação e mais investimento nas infra-estruturas
Ao atribuir os diplomas a 214 médicos formados na Universidade das Ciências da Saúde, o presidente venezuelano afirmou que é «verdadeiramente gratificante prosseguir a obra do comandante Chávez, forjar uma nova geração de profissionais da saúde», que «têm por missão prestar cuidados de saúde gratuitos e de qualidade».
«A Venezuela e países latino-americanos como Cuba ou a Nicarágua são dos poucos lugares do mundo onde existe a preocupação em formar profissionais da saúde para estarem ao serviço ao povo», destacou Nicolás Maduro, que criticou o modelo capitalista e sublinhou que a «saúde não pode continuar a transformar-se num negócio; tem de ser um direito».
A este propósito, o presidente venezuelano congratulou-se com os «esforços realizados pela Revolução Bolivariana, no sentido de construir um novo modelo que permita aos cidadãos, especialmente dos sectores populares, estudar e ser profissionais, contribuir para a sociedade», indica a AVN.
Aos médicos agora graduados, lançou o repto de prosseguirem a formação, para assim «elevarem a qualidade do serviço de saúde público».
Ainda nesta cerimónia, Nicolás Maduro deu conta da aprovação de novas verbas para a reparação de infra-estruturas no sector da Saúde – em Cunamá (estado de Sucre), Chuao (estado de Miranda) e Caracas –, bem como para a reactivação da unidade produtora de hemoderivados Quimbiotec.