Recusamos energicamente os níveis de abuso, de desprezo pela humanidade, de ausência da mais mínima solidariedade, na sua intenção de golpear o processo de poder e poder assim evadir-se às obrigações contraída no acordo de Havana. Santrich é hoje o símbolo vivo do povo sofredor da Colômbia, é o refém das elites e para isso não se pouparam à aplicação de torturas e injustiças.
É a casta de sempre, apunhalando a esperança dos povos e crendo, peregrinamente, que assim nos desmobilizam, nos assustam e nos farão "corrigir" o caminho. Grosso equívoco.
No dia de ontem o mundo inteiro, ao vivo e em directo, em tempo real, como possibilita hoje a tecnologia, teve a oportunidade de constatar como se torce o pescoço à justiça, quando os operadores da mesma são da catadura do governo da Colômbia, servil com o amo do norte e assassinos dos povos.
Depois de um ano e dois meses de prisão por um delito que não cometeu, alavancado o estabelecimento colombiano no seu cinismo atávico, na mentira e na fraude; tendo apelado ao proverbial santaderismo que dizia "quem faz a lei, faz a armadilha", aparentando um estado de direito de filigranas, com o único fim de desfazer o pouco que restava do acordo de Havana, recorrem à força bruta contra Santrich, pondo sua vida em grave risco e violando todos os seus direitos.
Não foi suficiente dilatar o que foi determinado pela JEP (Justiça Especial de Paz) que de acordo com o direito solicitou as provas do delito e na ausência delas determinou a sua liberdade; não foi suficiente manipular a tramitação dos operadores e Tribunais de Justiça na Colômbia para violar os processos, como fez o presidente Duque, objectando o inobjectável porque já havia percorrido as tramitações respectivas. De todas as maneiras recorreram a manhas para dilatar os tempos, para deixá-lo na prisão a fim de poder construir um pretexto criminal, que não só impossibilitou que se fizesse realmente efectiva sua liberdade como também que se lhe impingisse um novo delito, feito sob medida para a situação. Santrich é capturado poucos minutos depois de haver ficado formalmente em liberdade. Uma segunda captura concebida nas cozinhas do império, ao qual se rende prosternado o governo colombiano.
Nós, filhos e filha de Bolívar, de Marulanda, de Leonardo Chirinos, de Hugo Chávez Frías, de tantas e tantos que deram a sua vida pela liberdade da Nossa América, declaramos:
1- Nem um passo atrás frente a esta última arremetida do sistema capitalista no seu afã demencial de não deixar pegadas de rebelião, nem possibilidades de vida no planeta.
2- Não à acumulação sem freio que martiriza milhões e enriquece a muito poucos.
3- Não passarão por cima do nosso projecto de Paz com Justiça Social.
4- Não entrarão na Venezuela. Defenderemos a Revolução Bolivariana como farol de luz do continente e do mundo e seu governo legítimo encabeçado por Nicolás Maduro Moros.
5- Não guardaremos nem um minuto de silêncio pelos nossos mortos. Toda uma vida de luta e denúncia.
6- Não seremos cúmplices do abuso contra os valores simbólicos da humanidade nem deixaremos que passem por cima deles impunemente.
7- Responsabilizamos o governo colombiano por qualquer prejuízo à saúde e à vida de Jesús Santrich. Continuaremos sem tréguas a defender a liberdade dos nossos presos políticos, de qualquer latitude que sejam, defenderemos os direitos das mulheres e das crianças a uma vida sem violência; acompanharemos a lutas daqueles que são discriminados, discriminadas, por suas preferências sexuais.
Não aceitaremos, sob nenhuma condição, uma vida alheia aos princípios solidários do socialismo.
Viva Bolívar. Viva Manuel Marulanda. Viva Chávez. Viva Jesús Santrich
LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS
RESPEITO À SOBERANIA DA REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA.