“A melhor forma de defender nossas revoluções é com unidade, com consciência. Vão tentar nos dividir como sempre fazem, com agressões, e temos a obrigação de derrotá-los pensando em nosso futuro”, alertou Morales, mencionando as frequentes tentativas de Washington para derrubar os governos de Cuba e da Venezuela.
Em declarações à imprensa durante o último dia da XVII Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (Mnoal), realizada na Venezuela, o presidente boliviano ressaltou o papel desempenhado pela revolução socialista cubana e a revolução bolivariana na luta contra o imperialismo e pela integração dos povos latino-americanos.
“Fidel (Castro) e (Hugo) Chávez são nossos comandantes das forças libertárias de nosso continente”, afirmou, completando que por essa razão os EUA se empenham em impulsionar golpes de Estado contra os governos progressistas da região.
Segundo ele, a unidade da América Latina é a melhor maneira de combater essas agressões, buscando também avançar com as conquistas sociais e a soberania dos povos da região.
Os modelos que se enfrentam hoje na região apresentam claras divergências, disse Evo. “Há uma profunda diferença. São privatizadores versus nacionalizadores”, afirmou, em uma provável referência aos modelos seguidos pelo seu país, a Bolívia – além de Venezuela, Equador e Cuba que nacionalizaram setores chaves de suas economias –, e os novos governos que buscam privatizar e entregar ao imperialismo seus recursos, como os de Argentina e Brasil.
Morales acrescentou que é muito importante que um governo como a da Venezuela esteja na presidência do Mnoal, maior órgão mundial depois da ONU, formado por 120 países, que tem como um dos princípios o respeito à autodeterminação.
“A presidência pró-tempore dos países não-alinhados deve estar nas mãos dos países, dos governos anti-imperialistas”, para que não se aliem com o “império, com o saque, com o intervencionismo, com o sistema capitalista nem imperialista. Então, aqui está em boas mãos”, declarou.
Ele também manifestou seu desejo de que a Bolívia se candidate à presidência do organismo para 2019, quando termina o mandato da Venezuela, que se inicia após o término do encontro.
Condenação dos ataques dos EUA contra a Síria
Ainda neste domingo, por meio das redes sociais, Evo Morales condenou os bombardeios dos Estados Unidos que mataram dezenas de soldados sírios no sábado (17).
“Em meio ao cessar-fogo, o bombardeio dos EUA contra o exército sírio revela sua dupla moral na luta contra o terrorismo”, escreveu no Twitter. “É inadmissível que uma das maiores potências militares se equivoque e lamente o ocorrido. Condenável tratar de enganar o mundo”, completou.
O mandatário também escreveu que a “luta contra o terrorismo” e a “luta contra o narcotráfico” são exemplos de políticas estadunidenses que “não garantem a paz, a soberania nem a solidariedade com os povos do mundo” mas que servem de “pretexto (dos EUA) para dominar o mundo”.
Com informações de AVN (Agencia Venezolana de Noticias) e ABI (Agencia Boliviana de Información)