São seis homens e quatro mulheres, que trabalham nas áreas da educação e da saúde e desceram até o fundo da mina, construída na metade do século XIX e que atualmente é um museu. Três deles começaram uma greve de fome, segundo o jornal La Tercera.
Essa ação faz parte da onda de protestos do funcionalismo público chileno desencadeada há três semanas por causa do reajuste salarial anunciado pela presidenta Michelle Bachelet, que não agrada aos servidores. As diversas categorias do funcionalismo pedem um reajuste de ao menos 4%.
Nesta quarta-feira também houve outras manifestações, em Santiago, Valparaíso e Talcahuano. Na capital, mais de 2 mil médicos, dentistas e outras profissionais da saúde foram até o Palácio La Moneda entregar uma carta à mandatária pedindo que aceite suas reivindicações.
Más de 2 mil personas asistieron a la marcha convocada por el @colmedchile en apoyo a funcionarios públicos. pic.twitter.com/p1XldsUAlH
— Colmed Chile (@colmedchile) 16 de novembro de 2016
Entretanto, Bachelet declarou à imprensa local que é urgente que os serviços públicos funcionem normalmente, neste que já é o segundo dia seguido de greve. “A paralisação está afetando a vida do povo e do país”, afirmou.
A greve do funcionalismo começou a afetar o setor alimentício chileno. Bloqueios nas principais entradas do país impedem que cargas de alimentos como as carnes cheguem ao Chile, que importa 60% da carne que consome.
O governo anunciou nesta quarta que manterá a proposta de 3,2% de reajuste e que não pode oferecer mais por causa da situação econômica do país. A presidenta pediu ao Congresso para apoiar a proposta do governo e foi atendida. A Câmara baixa do Parlamento chileno aprovou o projeto do governo na parte da noite e o encaminhou para o Senado. Bachelet precisa da aprovação para que o projeto de lei de reajuste salarial de 3,2% seja apresentado.
AHORA: Marcha convocada por @colmedchile avanza en dirección a La Moneda pic.twitter.com/YqiZwLnt3R
— Colmed Chile (@colmedchile) 16 de novembro de 2016
A proposta aprovada aumenta apenas os recursos para o pagamento de bônus aos servidores públicos, mas mantém os 3,2% de aumento.
Quase 900 mil pessoas trabalham no serviço público federal e municipal do Chile. Naquele país, o salário médio de um funcionário público é 50% maior do que do setor privado.
Além dos trabalhadores e trabalhadoras das áreas da saúde e educação, em várias regiões do país os serviços de limpeza municipais também aderiram às paralisações, além de outras categorias.