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Diário Liberdade
Quinta, 15 Novembro 2018 00:38 Última modificação em Segunda, 19 Novembro 2018 12:14

Ataques israelenses contra os palestinos agravam a situação na Faixa de Gaza

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País: Palestina / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Esquerda Diário

Os bombardeios israelenses e a infiltração de um comando do Exército Israelense em Gaza causaram a morte de mais de uma dezena de palestinos.

Um dos lugares onde se vive uma maior ofensiva de violência nos últimos anos é na Faixa de Gaza logo depois de que uma operação das forças especiais israelenses, que adentraram nos territórios palestinos em uma missão militar encoberta, foi detectada. As Forças Armadas de Israel confirmaram a morte de um de seus comandos infiltrados, um tenente coronel de operações especiais de 41 anos, identificado só com a letra M, enquanto sete palestinos perderam a vida por conta do ataque israelense.

O que houve em seguida foi uma ofensiva israelense contra Gaza com a instalação de tanques e carros de combates na fronteira e o bombardeio de instalações civis no território palestino.

O Ministério da Saúde palestino em Gaza confirmou a morte de dois homens por bombardeios na área de Beit Lahia, no norte da Faixa, que foram identificados como Mohamed Zakaria Ismail al Tatari, de 27 anos e Mohammed Zuhdi Hassan Odeh, de 22.

No total, desde a noite de domingo morreram 15 palestinos, um deles se encontrava em Israel e foi alcançado por um disparo de morteiro lançado da Faixa, um soldado israelense também foi atingido nessa atual ofensiva de violência. Além disso, vinte pessoas acabaram feridas nos mais de 150 bombardeios na faixa, que destruíram quatro grandes infraestruturas entre o Hotel Al Amal e a emissora de televisão Al Aqsa.

O Governo de Israel justificou o ataque como uma resposta ao lançamento de foguetes vindos da Faixa de Gaza, ainda que a maioria dos projéteis foi interceptado pelo escudo de anti-mísseis israelenses construído graças a doação de armamentos por parte das grandes potências imperialistas, em especial Estados Unidos. O Governo ordenou que o Exército continuasse suas operações em Gaza da forma que fosse necessário, depois de horas de reunião do núcleo duro do Executivo encabeçado por Benjamín Netanyahu. “O Gabinete Político e de Segurança tratou sobre a situação no sul (do país). O Gabinete escutou os informes das Forças de Defesa de Israel e de fontes de segurança sobre os ataques e as muitas ações contra elementos terroristas em Gaza e instruiu o exército a continuar com suas operações como for necessário”, diz no comunicado oficial.

O titular de defesa israelense, Avigdor Lieberman, passou semanas pedindo uma ação contundente contra o território palestino, justificando a ofensiva contra os palestinos com o pretexto de que era uma ação exclusivamente dirigida contra o movimento Hamás, considerado por Israel, União Europeia e Estados Unidos e outros países como um “grupo terrorista”.

O Egito se localizou enquanto um mediador entre Israel e o governo palestino da Faixa. Segundo o denominado Centro Conjunto de Operações das Facções Palestinas, a assistência das autoridades egípcias haviam permitido que nesta terça-feira se alcançasse uma trégua com Israel. “Os valorosos esforços egípcios levaram a reforçar o conflito conte a resistência armada e o inimigo sionista. A resistência armada se comprometerá com esta declaração tanto quanto o inimigo sionista o fizer”, destacou o comunicado da organização que agrupa as principais milícias: as brigadas Al Qasam (braço armado de Hamás, que governa Gaza), os batalhões Al Quds, as Brigadas Abu Ali Mustafá (Frente Popular de Libertação da Palestina), as Brigadas de Resistência Nacional (Frente Democrática para a Libertação da Palestina) e Al Naser Salahedein (Comitês de ResistÊncia Popular).

A situação na Faixa de Gaza piorou nos últimos tempos por conta dos ataques israelenses contra a zona palestina. Na última quinta-feira, entraram na Faixa 15 milhões de dólares em dinheiro com os quais o governo pagou só uma ínfima parte dos salários que deve aos funcionários. Além disso, Qatar financiou a entrada em Gaza de caminhões de combustível israelense. Com este combustível é possível dar um alívio aos hospitais e às famílias, que conseguirão aumentar o número de tempo de eletricidade que possuem até chegar às doze horas diárias.

Essas pequenas entradas de dinheiro e combustível apenas aliviam a situação sufocante que vive a população em Gaza, por conta do bloqueio por terra, ar e mar de parte de Israel, que converteu a zona em uma verdadeira prisão a céu aberto. Esta situação se agravou nas últimas semanas quando os EUA anunciaram que retiraria a ajuda econômica às organizações humanitárias que atuam em Gaza.

Trump recortou no total 500 milhões de dólares em diferentes tipos de ajuda aos palestinos e deixou os recursos sujeitos a negociação com Israel. Trata-se de um mecanismo perverso para asfixiar os palestinos de Gaza assim como os da ocupada Cisjordania obrigando-os a aceitar as condições absurdas que há anos o estado de Israel impõe.

A ofensiva militar de Israel nas últimas horas é uma demonstração a mais do aumento da tensão na fronteira com Gaza, que se agravou nos últimos meses desde março, quando começaram as mobilizações das chamadas Marchas do Retorno. Desde então, segundo o Ministério da Saúde, 160 palestinos foram assassinados pelo Exército israelense perto da barreira de separação.

A situação se intensificou especialmente quando no final do ano passado, no ato de absoluta provocação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que transferiria sua embaixada da cidade de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo esta cidade como capital de Israel. O reconhecimento estadunidenses é um forte aval para os planos do governo de Israel de que esta cidade seja sua capital “única e indivisível” e se choca com o resto do mundo que não a reconhece desta maneira, especialmente os países árabes que também reivindicam Jerusalém como capital de um futuro possível estado palestino.

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