Cuba voltou a ter neste sábado (21) um primeiro-ministro depois de mais de 40 anos. O presidente cubano, Miguel-Díaz Canel, escolheu o ministro do Turismo, Manuel Marrero, para assumir o cargo, que foi eliminado em 1976 e reativado pela Constituição aprovada em abril deste ano.
Segundo a Terceira Disposição Transitória da Constituição, “uma vez eleito, o presidente da República, dentro de três meses, propõe à Assembleia Nacional do Poder Popular a nomeação do primeiro-ministro, os vice-primeiros-ministros, o secretário e outros membros do Conselho de Ministros”.
Cumprindo esse mandato, o presidente da República propôs à Assembleia Nacional do Poder Popular, a nomeação de Manuel Marrero Cruz, atual ministro do Turismo para o cargo de primeiro-ministro. O novo premiê supervisionará o desempenho do governo como “braço direito” do presidente.
“Dada a sua relevância na condução de processos importantes, foi realizada uma análise exaustiva” — afirmou Día-Canel — “valorizando a necessária renovação de alguns de seus membros e, por outro lado, mantendo a estabilidade que lhe permite desempenhar suas funções na conjuntura complexa que todos nós sabemos”.
“Depois de estudar sua síntese biográfica, os propostos têm um amplo processo de gestão, ocupando diferentes posições em ordem crescente e, além disso, possuem qualidades pelas quais acreditamos estar em condições de integrar o Conselho de Ministros”, afirmou.
Trajetória de Marrero
Manuel Marrero Cruz “atuou como ministro do Turismo há 16 anos, e foi selecionado para essa responsabilidade pelo Comandante-em-chefe, Fidel Castro Ruz. O deputado de 56 anos é arquiteto e viajou da base, primeiro como investidor de instalações turísticas no norte de Holguín, e ocupou diferentes posições na direção de hotéis nas províncias do Leste e em Varadero”.
Em 1999, foi promovido a primeiro vice-presidente do Grupo do Turismo Gaviota e, um ano depois, como seu presidente. Ao longo de sua carreira, ele se caracterizou por sua modéstia, honestidade, capacidade de trabalho, sensibilidade política e lealdade ao Partido e à Revolução.
Liderou de maneira destacada o setor do Turismo, que é uma das principais linhas de desenvolvimento da economia nacional, atividade que permitiu uma interação permanente com o restante das agências da Administração Central do Estado, do sistema empresarial e dos governos provinciais; além de uma rica experiência em negociações com contrapartes estrangeiras e participação em eventos internacionais, demonstrando sua capacidade, firmeza e habilidades para a interlocução.
Além de Marrero, foram nomeados os vice-primeiros ministros, o comandante da Revolução, Ramiro Valdés, além de Roberto Morales, Inés María Chapman, Ricardo Cabrisas e José Luis Tapia, que eram vice-presidentes do Conselho de Ministros, além de Alejandro Gil, ministro da Economia.
O ex-presidente e atual histórico líder revolucionário, Raúl Castro, participou da sessão do Parlamento, na qual Díaz-Canel apresentou também uma reforma ministerial, trocando seis responsáveis por pastas estratégicas para a economia da ilha.
Veja abaixo a composição do novo governo:
Vice-ministros
Comandante da Revolução, Ramiro Valdés Menéndez
Roberto Morales Ojeda
Inés María Chapman
Jorge Luis Tapia Fonseca
Alejandro Gil Fernandez
Ricardo Cabrisas Ruiz
Secretário: José Amado Cabrera Guerra
Conselho de Ministros
José Amado Ricardo Guerra, secretário do Conselho de Ministros
General-de-corpo de-exército Leopoldo Cintra Frías, ministro das Forças Armadas Revolucionárias
Vice-almirante Julio César Gandarilla Bermejo, ministro do Interior
José Ramón Saborido Loidy, ministro do Ensino Superior
Ena Elsa Velázquez Cobiella, ministra da Educação
Meisi Bolaño Weiss, ministra das Finanças e Preços
René Mesa Villafaña, ministro da Construção
Rodrigo Malmierca Díaz, ministro de Comércio Exterior e o Investimento Estrangeiro
Bruno Rodríguez Parrilla, ministro das Relações Exteriores
Eduardo Rodríguez Dávila, ministro dos Transportes
Elba Rosa Pérez Montoya, ministra da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
Oscar Manuel Silvera Martínez, ministro da Justiça
Betsy Díaz Velázquez, ministra do Comércio Interno
Alpidio Alonso Grau, ministro da Cultura
Jorge Luis Perdomo, ministro das Comunicações
José Ángel Portal Miranda, ministro da Saúde
Alejandro Gil Fernández, ministro da Economia
Gustavo Rodríguez Rollero, ministro da Agricultura
Antonio Rodríguez Rodríguez, presidente do Instituto Nacional dos Recursos Hidráulicos
Alfonso Noya Martínez, presidente do Instituto Cubano da Rádio e Televisão
Osvaldo Caridad Vento Montiller, presidente do Instituto Nacional dos Esportes, Educação Física e Recreação
Novos ministros
Martha Elena Feitó Cabrera, ministra do Trabalho e Previdência Social
Juan Carlos García Granda, ministro do Turismo
Marta Sabina Wilson González, ministra-presidenta do Banco Central de Cuba
Manuel Santiago Sobrino Martínez, ministro da Indústria dos Alimentos
Eloy Álvarez Martínez, ministro das Indústrias
Nicolás Arronte Cruz, ministro da Energia e Mineração
Da redação, com informações do Gramma e de agências