Ao mesmo tempo em que reprimia, a SEEDUC posava de “negociadora” com a ajuda da Globo e da imprensa burguesa, dizendo que ia dar eleições para direção, 15 mil às escolas, acabar com o SAERJ... sem nenhuma garantia por decreto do governo. Mas essa máscara caiu esta semana. Seja pelo fato do novo secretário, Wagner Victer ter voltado atrás dizendo que não vai acabar com o SAERJ (prova neoliberal que é usada para “avaliar” os estudantes e as escolas no viés da meritocracia), seja pelo fato de que, até agora, a eleição para diretores oferecida oficialmente não é uma eleição e sim uma “consulta” paritária (professores tem peso igual a estudantes no resultado final da votação), que pode ser acatada ou não pela SEEDUC.
A outra máscara que caiu no dia 20 foi a de que o estado estaria negociando pacificamente com os estudantes. Os estudantes foram reprimidos logo na entrada da SEEDUC pelos seguranças, que agrediram uma aluna com socos no estômago. Isso não foi o suficiente para barrar estes guerreiros da educação, que ocuparam mesmo assim o prédio que deveria pertencer a eles. Após horas de audiência com Wagner Victer, sem nenhuma solução proposta por parte do estado atender as reivindicações dos estudantes, o governo enviou a Tropa de Choque para desocupar violentamente, usando covardemente da força e do spray de pimenta contra menores de idade que estavam armados apenas com a convicção de que lutavam por uma educação melhor.
A repressão ao movimento de estudantes em especial, mas também à qualquer movimento por direitos democráticos, tem aumentado em escala nacional. Aqui no rio é exercida pelo governo do PMDB (que até sexta tinha ajuda do PT e PC do B), mas está sendo reforçada nacionalmente ao assumir o governo golpista de Temer. Os governantes fecham o cerco contra os serviços públicos que são direitos dos trabalhadores e seus filhos, e contra os direitos trabalhistas, porque querem enfiar goela abaixo os cortes que tem feito desde ano passado e que estão se generalizando com este novo governo. Se deram um golpe para fazer impor estes cortes, não vão jamais exitar em colocar a polícia e a justiça contra as greves para a repressão e criminalização quando precisarem. Por isso, sindicatos, organizações de direitos humanos, parlamentares que dizem defender as pautas democráticas, devem prestar total apoio e solidariedade aos estudantes do Rio e nacionalmente.
O SEPE deveria ter estado presente em peso na desocupação da SEEDUC na sexta, ainda é tempo de reverter este quadro de omissão por parte do Sindicato de Profissionais da Educação do Estado, levando total apoio às escolas ocupadas e articulando pela base um comando unificado de greves e ocupações. Para barrar a repressão e os cortes dos governos, as lutas não podem ficar isoladas, as entidades que dizem defender os estudantes devem se colocar a serviço de unificar as greves e ocupações contra os ataques e o golpe, e impor uma nova constituinte, para que seja o povo e os trabalhadores que decidam sobre a educação e os rumos do país e não um punhado de deputados e governantes corruptos e autoritários e golpistas, e esta crise seja paga pelos capitalistas.