De acordo com os dados, em 2010, o Brasil tinha 496.251 presos e uma média de 253 detentos para cada 100 mil habitantes. Já no relatório de 2016, o país apresentava 607.731 presos e saltava em 20% a média: 301 para cada 100 mil moradores.
No último dado oficial, divulgado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em abril de 2016 e não contabilizado no levantamento do instituto britânico, que já estava fechado, o número de presos no país já havia aumentado para 622 mil.
Com o aceleramento da política de encarceramento nos últimos cinco anos, o país pulou quatro posições e passou Chile, Guiana Francesa, Guiana e Uruguai. Dos quatro países que estavam à frente do Brasil, apenas o Uruguai cresceu o percentual de presos em relação à população. Os demais apresentaram redução.
No último relatório, o Depen também afirma que o crescimento da população prisional nos últimos anos ocorre pela grande "quantidade de presos provisórios e das prisões relacionadas ao tráfico de drogas". Diz que o Brasil "vai na contramão" do resto do mundo que tenta esvaziar, ao invés de encher os presídios.
Caos
A briga entre facções nos presídios expôs o colapso do sistema carcerário brasileiro. Somente nos primeiros dias de 2017, rebeliões no Amazonas e Rio Grande do Norte deixaram 134 mortos, com cenas de carnificina explicita. Incapaz de estancar a sangria, o governo Temer mantém seu ministro da justiça, Alexandre Moraes e buscou ajuda das forças armadas para intervir nas rebeliões.