Zavascki “traiu totalmente o governo no STF, se transformou no principal carrasco do governo do PT e depois se transformou na peça chave dessa operação criminosa, conspiratória, golpista, que é a Operação Lava Jato, dirigida de fora do país”, afirmou, lembrando que o jurista foi indicado pela própria ex-presidenta Dilma Rousseff ao cargo de ministro do STF, em 2012.
“Ele foi o homem chave do golpe, porque o golpe foi montado em cima da Operação Lava Jato”, frisou Pimenta, em sua Análise Política da Semana, no canal do partido no Youtube.
O líder comunista, ex-candidato à presidência da República em quatro ocasiões, criticou os elogios feitos a Teori Zavascki pelos meios de comunicação e lamentou que parte da esquerda tenha feito o mesmo.
Pimenta ainda mostrou desconfiança pela morte do então ministro, que é compartilhada por uma parcela da população. “O próprio fato de ele ser a peça chave da Lava Jato levanta suspeitas de que ele foi assassinado”, disse.
Uma suspeita, segundo ele, é que na fase atual da operação, a maior parte dos políticos do país estaria implicada em esquemas de corrupção, a partir de delações como a da construtora Odebrecht. Alguns desses políticos, que não tinham “acordo” com Zavascki, teriam “eliminado” o ex-ministro para não serem presos.
A principal suspeita recai sobre o próprio governo do presidente Michel Temer. Teori homologaria delação da Lava Jato que cita recebimento de propina pelo próprio presidente e aliados.
Rui Pimenta lembrou, no entanto, que, apesar de estar envolvido em diversos escândalos de corrupção, o PSDB, aliado de Temer, não precisaria se preocupar, uma vez que é protegido pelo aparato judiciário. “O PSDB, no caso do Tribunal [da Lava Jato], é mais escorregadio do que um bagre ensaboado”, brincou.
Para ele, toda a polêmica em torno da morte de Zavascki revela claramente a crise do regime político brasileiro e as contradições entre as alas da burguesia que tomaram o poder após a derrubada de Rousseff, que “podem levar ao desmoronamento do regime político como um todo”.
Além disso, em sua opinião, a classe operária e as organizações de esquerda “deveriam intervir na crise política com as suas próprias palavras de ordem e sua própria perspectiva política”.