A prisão dos posseiros foi resultado do conflito pelas terras da Pau-a-Pique entre as quase 80 famílias que ali vivem e trabalham e o desembargador Paulo Maia, que alega ser o proprietário das terras. A justiça estadual emitiu as ordens de prisões alegando que os camponeses teriam “invadido” a fazenda de Paulo Maia e ter causado um “prejuízo” de 90 mil reais.
Segundo nota da CPT, os posseiros presos são José Zacarias de 76 anos; João Augusto de 61; Jorge Silvano de 63; Manoel Paulo, 43; José Nilson, 24; Rogério Sebastião Firmino, 35, além de dois posseiros conhecidos como Venezio e Tido. Eles foram levados para a cadeia pública do município de Pilar.
Há mais de 60 anos os camponeses ocupam as terras da fazenda citada, que conta com 850 hectares. Nos últimos anos, o desembargador latifundiário tem avançado sobre as terras com a monocultura da cana-de-açúcar e com a criação de gado, reduzindo a área ocupada pelas cerca de 80 famílias de posseiros.
Em 2016, a pedido de Paulo Maia, o judiciário estadual emitiu mandado de reintegração de posse, no qual o desembargador acompanhado de quatro policiais e um trator tentaram destruir as lavouras, mas foram impedidos pela resistência dos camponeses.