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Domingo, 02 Abril 2017 15:16 Última modificação em Quarta, 05 Abril 2017 16:14

As “centrais” sindicais e a luta contra o golpe

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País: Brasil / Batalha de ideias / Fonte: Causa Operária

A luta que se trava nesse momento contra o governo golpista, em crescente ascensão em todo o País neste momento, atinge quase que todos os setores da sociedade, mas principalmente aqueles que são os mais impactados pelas medidas dos usurpadores direitistas: os trabalhadores e as camadas exploradas do campo e da cidade.

Assim que os golpistas iniciaram a ofensiva draconiana contra as massas, desencadeando um conjunto de medidas de grosso calibre para atacar as condições de vida dos explorados, a reação foi imediata, com grandes mobilizações, atos e protestos acontecendo em todo o país.

O chamado às mobilizações tem ocorrido principalmente através das organizações sindicais e populares vinculadas às lutas das massas. A CUT, a Frente Brasil Popular e outras organizações nacionais dos explorados se colocaram a frente deste processo desde quando se deflagrou a ofensiva golpista, ainda antes do impeachment que culminou com a deposição, pelos conspiradores golpistas, do governo legitimamente eleito.

No Brasil, o Ministério do Trabalho registra a existência formal de 12 (doze) centrais sindicais. No entanto, a quase totalidade delas, excetuando a Central Única dos Trabalhadores, a CUT, são entidades cartoriais, sem vida, sem atuação, sem luta. A CUT, maior central sindical  da América Latina e uma das maiores do mundo, com cerca de  3.500 entidades filiadas, com mais de 7,5 milhões de sócios e mais de 22 milhões  de trabalhadores nas suas bases sindicais se coloca como a única força capz de unificar e centralizar a luta dos trabalhadores do campo e da cidade. Isso ficou claro durante o processo golpista, quando nenhuma das outras “centrais” se posicionou de forma efetiva e clara contra a conspiração direitista. Vale registrar inclusive que algumas delas apoiaram diretamente o golpe, como a Força Sindical e a Conlutas, fundada pelo PSTU, defendendo a derrubada da presidenta Dilma Rousseff.

Nesse momento, quando os golpistas avançam ferozmente contra os direitos e as conquistas dos trabalhadores (terceirização, reforma trabalhista, destruição da previdência pública) e os dirigentes dessas entidades fantasmas e/ou golpistas necessitam dar alguma resposta para seus filiados, os pelegos encenam até mesmo com a greve geral. Como sabemos, trata-se de pura demagogia e encenação. A patronal Força Sindical, liderada pelo sindicalista pelego e deputado federal golpista Paulinho da Força (Solidariedade-SP) tem trânsito livre na Fiesp (onde foi criada)  e no Palácio do Planalto, onde negocia abertamente conquistas históricas dos trabalhadores em troca de alguma migalha, como a regulamentação da contribuição sindical.

O deputado  e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (o “Paulinho da Força”) e outros pelegos negociam, nesse momento, no congresso nacional golpista, emendas ao famigerado projeto da terceirização, uma das maiores aberrações e ataques aos direitos dos trabalhadores. A mesma conduta vale para a reforma trabalhista e o projeto de destruição da previdência pública.

A Conlutas (PSTU), que rompeu com a CUT acusando-a de “governista”, assume abertamente neste momento o papel de uma central sindical golpista, pelega e governista, na medida em que não se opõe às investidas dos conspiradores direitistas, pois sequer admite a existência do golpe de estado no país.

Os trabalhadores nada devem esperar desses dirigentes patronais corrompidos. A CUT, as confederações, as federações e os sindicatos a ela filiados devem organizar a luta dos trabalhadores de forma independente dos pelegos e de suas “centrais” patronais, pois elas nada representam, não lutam, não mobilizam, não atuam.

A luta contra todas as medidas de ataque dos golpistas contra os trabalhadores exige a mais completa delimitação política e organizativa dos pelegos e suas entidades. Nenhum acordo é possível com quem entra em reuniões a portas fechadas no gabinete presidencial golpista. A derrota do golpe será o resultado da mobilização do conjunto dos trabalhadores e da luta de massas no país, que deve se materializar através da greve geral chamada pela CUT e demais organizações combativas do campo e da cidade, pela anulação do impeachment e pelo retorno do governo democraticamente eleito.

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