Uma greve comum, como são as greves de metalúrgicos contra as montadoras, representam o conflito natural e os trabalhadores e a burguesia, mas na maior parte das vezes, as mobilizações têm um caráter principalmente econômico.
A greve geral, no entanto, não é apenas uma versão aumentada do conflito local. Ela é diferente em termos de qualidade. Hoje, os setores mais avançados da classe trabalhadora estão entrando em greve novamente, a mobilização pode aparentar ser um conflito por causas econômicas, por conta dos ataques do governo, mas esta greve é contra a política do governo, ela é uma resposta, um sonoro “não!” aos golpistas.
Esta é uma greve da classe trabalhadora contra os golpistas, contra o Estado que está se formando com golpe e contra os seus representantes, o Congresso e o presidente.
Ela já apresenta de maneira inconsciente essa posição, pois ela visa lutar contra tudo o que os golpistas têm feito contra a população, o que é uma maneira, ainda que confusa, de apresentar um único programa, que não é impedir as reformas, mas derrubar o governo.
Para ser bem sucedido, esse movimento tem que compreender que a fonte dos ataques é o golpe e o governo golpista, é necessário impor uma dura derrota aos golpistas, é necessário derrubar a verdadeira ditadura que está se formando no País.
É necessário lembrar, já que 2017 é o aniversário de 100 anos da greve geral que abaixou a jornada de trabalho, o poder que têm as organizações de massa, a história mostrou que a mobilização massiva dos trabalhadores é uma força extremamente poderosa.
Um juiz traduziu a necessidade de parar o País no dia 28 melhor do que qualquer outra pessoa, em poucas palavras, disse: “se a classe que vive do trabalho tivesse a noção do que está para acontecer, essa greve geral do dia 28 seria por tempo indeterminado”.