O estudo foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) junto à Fundação João Pinheiro ( FJP) e com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e analisa o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e outros 170 dados socioeconômicos por cor, sexo e situação de domicílio dos anos de 2000 e 2010, com o objetivo de mostrar como a vida dos brasileiros mudou ao longo da década.
Entre os dados gritantes de desigualdade, o mais escandaloso diz respeito à diferente de renda per capita entre negros e brancos, em que negros chegam a receber metade do que um branco. Em 2010 a renda domiciliar per capita média da população branca era de R$ 1.097,00, enquanto da população negra é de míseros R$ 508,90, ou seja, pouco mais de 2/3 de um salário mínimo. Mais gritante ainda, somente em 2010 o IDHM dos negros aproximou-se do IDHM dos brancos de 2000. O relatório aponta que a atual diferença de IDHM entre negros e brancos caiu quase pela metade nesse período, mas ainda sim nota-se que a renda média da população negra não chega nem a um salário mínimo.
Em seguida, o segundo dado quase tão alarmante quanto diz respeito à desigualdade de renda entre homens e mulheres: mesmo possuindo o mesmo nível educacional, a renda média das mulheres era cerca de 28% inferior à dos homens.
As opressões são um dos pilares do capitalismo, e o estudo mostra como racismo e machismo são latentes e estruturais, sendo apropriados pelo sistema para gerar ainda mais lucro, gerando consequentemente mais miséria à população negra e às mulheres. É preciso lutar para garantir o fim dessas desigualdades, como a princípio a equiparação salarial entre brancos e negros, homens e mulheres, que recebam o mesmo salário pelo mesmo serviço. Para colocar fim realmente à todas as desigualdades sociais, é preciso lutar contra o capitalismo e todas as mazelas que ele mesmo criou e se mostra incapaz de resolver.