Logicamente, que se trata de uma manobra política dentro do bloco golpista para aprofundar o golpe de Estado.
Segundo a denúncia, Temer e Loures valeram-se do cargo para conseguir vantagens indevidas, favorecendo empresários em troca de propina. Consta na peça criminal que:
“Os interesses privados dos acusados passaram a prevalecer sobre a defesa do interesse público, valor que deveria ser por ele devidamente observado. Em outras palavras: Michel Temer e Rodrigo Loures desvirtuaram as importantes funções públicas que exercem, visando, apenas, ao atendimento de seus interesses escusos”.
Temer foi gravado por Joesley em uma conversa entre os dois na qual teria indicado Loures como o homem de confiança com o qual poderia tratar sobre assuntos de seus interesses. Loures foi flagrado pela polícia recebendo uma mala de dinheiro (R$ 500 mil reais), pagos por Joesley, em uma Pizzaria em São Paulo. De acordo com a denúncia, Temer e Loures aceitaram propina que chegaria a R$ 38 milhões.
A PGR pede a condenação dos dois, a perda dos mandatos e pagamento de multa por “danos morais coletivos”, de R$ 10 milhões para Temer e R$ 2 milhões para Loures.
A luta que se trava nada tem a ver com combate à corrupção, trata-se de uma ofensiva da ala direita da burguesia golpista, do setor pró-imperialista, os donos do golpe. Diante da total desagregação do governo golpista de Michel Temer e a impossibilidade deste de levar a transformação do regime político e os ataques à classe operária que o golpe impõe, os donos do golpe decidiram substituir Temer por um governo mais à direita.
A acusação da PGR serve para desgastar ainda mais o governo, outras acusações também serão apresentadas, como obstrução à justiça e organização criminosa. É uma maneira de debilitar ainda mais o governo golpista para acelerar sua saída, pressionar os parlamentares para que rompam definitivamente com o governo.