Talvez sejam duas as principais lições que devem ser tiradas desses 12 meses. A primeira é que em apenas um ano é possível ver a olho nu o objetivos da direita ao dar o golpe. A devastação causada no País pela política dos golpistas, em um período tão curto de tempo, é de dar inveja ao mais poderoso furacão que passa devastando as cidades. Não cabe aqui a lista de medidas que foram tomadas por Temer e seus aliados, mas apenas para lembrar das reformas trabalhista e da Previdência e agora a privatização de quase todos os ramos da economia nacional.
A segunda lição diz respeito ao futuro do golpe. Até a queda definitiva de Dilma, uma boa parte das organizações populares e de esquerda sequer percebiam a possibilidade do golpe, apesar de todos os indícios. Para ser mais exato, ainda hoje uma parte da esquerda faz questão de negar o golpe, apoiando por consequência a política dos golpistas. Ao fechar os olhos para o perigo do golpe de Estado, cegueira que é resultado principalmente da ilusão democrática e parlamentar da esquerda pequeno-burguesa.
Embora nesse momento seja difícil negar o golpe, essa cegueira continua a ser um problema. A esquerda e as organizações populares demoram a reagir à altura. Se antes não havia perigo de Dilma ser derrubada, agora o golpe é apenas a queda de Dilma, não um plano de ataques profundos preparado pela direita e o imperialismo contra o povo. O poder de destruição dos golpistas em apenas um ano deveria servir como uma comprovação de que o golpe foi dado para colocar em marcha um ataque sem precedentes aos povo brasileiro.
Por tudo isso, um ano depois da derrubada de Dilma pelo Congresso Nacional, a luta central continua, ainda com mais intensidade, sendo a luta contra o golpe e pela derrubada de todos os golpistas. É preciso lutar pela anulação do impeachment, mas também lutando contra a prisão de Lula e pelo fim da Lava Jato.