O impacto da proposta é duríssimo. A diminuição salarial dos servidores públicos federais chegará na casa dos 80%. O projeto visa equiparar o salário do servidor público com a remuneração média do setor privado, nesse sentido, hoje um funcionário da administração pública federal, Banco Central e Tesouro Nacional, por exemplo, possui um salário inicial de R$ 16 mil, com a reforma o salário caíra para R$ 5 mil.
A desculpa como sempre é a necessidade de se cortar gastos com a folha de pagamento dos trabalhadores, o que não passa de uma manipulação. Ao mesmo tempo em que o governo ataca o salário do funcionalismo, ele aumenta o repasse de dinheiro para os banqueiros internacionais. Um exemplo disso é o perdão da dívida do Banco Itaú com a previdência social no início do ano, o valor chegava na casa dos R$ 20 bilhões.
Além do corte nos salários, a política de “modernização”, como é chamada, visa ainda instituir um programa de desempenho e mérito. Ou seja, um ataque à estabilidade no emprego do funcionalismo, uma vez que quem irá definir qual deve ser o desempenho dos trabalhadores serão os próprios golpistas. Aquele trabalhador que não aceitar o arrocho salarial e quiser se mobilizar, será demitido por “baixo” desempenho.
O projeto inicialmente irá se direcionar aos servidores federais, todavia, a tendência é que se estenda para todo o funcionalismo público e para os de mais setores. Com a aprovação da reforma trabalhistas, do negociado sobre o legislado, os patrões estão totalmente livres para impor sobre os trabalhadores aquilo que quiserem, redução salarial, trabalho de doze horas, fim das licenças, etc.
Para o próximo ano, o ataque à classe trabalhadora tende a se aprofundar ainda mais. O funcionalismo público será um dos primeiros setores afetados. Em vários estados já está sendo implementada e encaminhada uma política de congelamento salarial, isso sem falar no fim da estabilidade pública, o PLS 116/2017, que tramita no senado, de autoria Maria do Carmo Alves do DEM.
A única forma de barrar esses ataque é por meio da mobilização contra o golpe de Estado. Para impulsionar essa luta é necessário organizar os comitês de luta contra o golpe nos locais de trabalho, reunindo os servidores públicos e os trabalhadores das demais categorias.