O “caos” não é nada mais do que um pretexto para reprimir a população, os movimentos populares e os partidos de esquerda. O alvo é tirar Lula do jogo político para garantir que se estabeleça um governo que consiga, por meio da força, impor os planos de destruição dos direitos básicos do povo.
Assim como no Rio de Janeiro e em outros estados onde os militares foram chamados, esse chamado do governador do Rio Grande do Norte não é nada mais do que o uso dos militares para reprimir a população. É um treino para a intervenção militar.
Da mesma maneira, o Exército vem realizando em quase todas as regiões movimentos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que são exercícios militares cujo principal objetivo é justamente conter distúrbios sociais.
Esses exercícios sem nenhum motivo aparente só podem ser entendidos como preparações para o golpe militar. Como ficou claro pelas declarações do alto comando das Forças Armadas, o golpe é uma possibilidade e já faz parte dos planos dos golpistas para enfrentar a situação política cada vez mais desfavorável. Sendo assim, os militares precisam estar prontos para intervir.
Chama a atenção também que o pedido do governador do Rio Grande do Norte para o envio de tropas, com o pretexto da greve dos servidores da segurança, foi endereçado diretamente ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Sérgio Westphalen Etchegoyen. Além do pedido ter sido atendido com muita prontidão, sem a encenação tradicional de que o governo federal estaria “analisando o caso”, chama atenção que parece sequer ter passado pelo Ministro da Defesa, Raul Jungmann. O general Etchegoyen é um aberto defensor da ditadura militar.
É preciso colocar em marcha a luta contra o golpe e levantar como ponto central a denúncia dos militares, criando comitês de luta que sejam organizações que estejam preparadas para reagir a uma ofensiva mais violenta dos golpistas.