Com evidente arbitrariedade e vontade de interferir na marcha da política do país, e com sérios questionamentos sobre a falta de base jurídica ou menos ainda de provas, o processo da Lava-Jato caminha para impedir Lula de se candidatar para as eleições previstas para 2018. A grande mobilização popular na cidade onde foi condenado não evitou a sentença de 12 anos de prisão.
Embora caiba recurso, o aumento da pena dos 9 anos da primeira sentença (julho de 2017) para 12 anos de prisão mostra a firmeza com que um sector do grande capital brasileiro quer deixaro social-democrata PT fora do jogo de alternâncias na conformação da governança federal, hoje em mãos do ex-aliado do PT e servidor da grande burguesia mais direitista, Michael Temer.
Ainda reconhecendo que “Triplex não era do Lula”, a punição tenta neutralizar o regresso do ex-presidente à cena política brasileira, confirmando a acusação de "corrupção passiva" em operações de lavagem de dinheiro.
A esquerda brasileira, inclusive a revolucionária e crítica com o PT, repudiou a sentença e a perseguição, que manipula uma suposta "luta contra a corrupção" para garantir que a direita mais dura e liberal mantém o controle das instituições federais brasileiras. De fato, Lula lidera as consultas demoscópicas para a presidência, enquanto a extrema-direita continua situando-se como alternativa em ascenso.
Resta agora comprovar qual será a reação do PT, embora tanto ele como o próprio Lula tenham já repetido a sua adesão ao sistema burguês brasileiro. Entretanto, o novo governo continua a privatizar, retirar direitos sociais e a vender recursos naturais e produtivos do país, com destaque para o petróleo.