Motivada por profundas fantasias políticas, a direção do PT, a contragosto de sua base, aposta ainda suas fichas principalmente na tentativa de resolução da crise nacional por dentro das instituições da República que estão dominadas pelos golpistas. É uma estratégia fadada ao fracasso.
A decisão da direção do PT e do ex-presidente de se entregar no meio da mobilização chamada para defendê-lo da perseguição política que sofre, em nome de argumentos jurídicos, resultou de fato um progresso da direita golpista e um retrocesso enorme para povo, a esquerda e os setores democráticos. Todavia, a mobilização feita para defender o ex-presidente do mandado ilegal de prisão dado pelo golpista Sérgio Moro mostrou qual caminho é necessário trilhar para derrotar o golpe de Estado.
A mobilização realizada ao redor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, embora relativamente modesta, colocou em xeque por um curto período todo o sistema político e jurídico do golpe de Estado, ao decidir não entregar Lula. Mobilizou os trabalhadores e levou a que se chocassem diretamente contra o regime golpista. Essa é a política a ser seguida em uma escala superior, verdadeiramente de massas – uma mobilização revolucionária dos trabalhadores e do povo – que defenda por todos os meios necessários os direitos e garantias democráticos colocando a questão da luta contra a prisão de Lula como eixo central. Esse é o único meio para um resultado efetivo.
Independentemente do erro político cometido, que em nossa opinião faz retroceder o movimento, o impacto da prisão do ex-presidente atinge duramente a consciência de milhões de pessoas em todo o País. Milhões de pessoas sentem-se aviltadas, agredidas, humilhadas com a prisão do ex-presidente Lula pela escória golpista, pois sentem que a prisão de Lula é um ataque a cada conquista, mesmo que pequena, que tiveram.
É necessário organizar e desenvolver a revolta popular contra o golpe que está latente país – e que se expressou quando os militantes tentaram impedir que o ex-presidente se entregasse ao golpista Moro – em torno de uma gigantesca campanha pela liberdade de Lula e contra o golpe de Estado.
A primeira tarefa para a reação popular é ocupar Curitiba com caravanas de todos os Estados e de cada cidade. A campanha pela liberdade do ex-presidente Lula e contra o golpe de Estado, bem como a ocupação de Curitiba, devem se dar por meio da constituição de milhares de comitês de luta contra o golpe por todo o país. Os comitês de luta devem, neste momento, desenvolver-se para ser o centro organizador da luta dos oprimidos e explorados contra a burguesia golpista e seu plano de uma ditadura para impor a devastação da economia nacional.
É mais que evidente que a política de tentar uma saída para a crise política por dentro do regime golpista vigente não é real e a insistência nessa política sempre leva o movimento para um retrocesso. Por isso é imperativo para todas as organizações e todo militante desenvolver ao máximo a mobilização revolucionária das massas.
Formar milhares de comitês de luta contra o Golpe, mobilizar as massas, ocupar Curitiba pela libertação do ex-presidente Lula, derrotar o golpe de Estado.