A proposta de realizar uma manifestação nessa data com ampla participação de organizações operárias e populares já foi encampada por grandes organizações de luta contra o golpe como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central de Movimentos Populares, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entre outras organizações, que também integram a Frente Brasil Popular, que apoia a mobilização.
Na Conferência, as centenas de participantes aprovaram, por unanimidade, não só a unificação de todos os setores que lutam contra o golpe em torno desta iniciativa, como também mobilizar entre 5 mil e 10 mil pessoas organizadas e mobilizadas pelos próprios Comitês de luta contra o golpe, pela anulação do impeachment, por Lula Livre etc. de todo o País para comparecerem em Brasília, em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nova rodada de pesquisas, como a que foi divulgada ontem pela CUT, do Instituto Vox Populi, apontam que o apoio popular a Lula não para de crescer, apesar do esforço que a direita golpista e sua venal imprensa golpista fazem para esconder a candidatura de Lula e pressionar o PT e demais organizações que apoiam Lula a se bandearem para o apoio a outros candidatos, abutres que ficam à espreita de que Lula seja impedido de participar do processo eleitoral.
Mesmo com a anunciada “unificação” dos principais partidos golpistas em torno da candidatura de Alckmin (do PSDB), o mesmo não alcança 5% das intenções de voto e assim como os demais candidatos da burguesia não tem qualquer apoio popular real. Enquanto a candidatura Lula teria chegado a 41% das intenções de voto – segundo o Vox Populi – todos os demais candidatos, juntos, somam apenas 29%.
A decisão dos Comitês aponta no sentido de aproveitar a crise que impulsiona a divisão da direita e a enorme fragilidade do governo golpista que mesmo apoiando a candidatura do PSDB, sequer pode anunciar tal decisão, uma vez que o candidato apoiado por Temer, perderia até mesmo “os votos que não tem”.
A situação só tende a se agravar com a evolução da crise econômica e as tendências de mobilização presentes entre os trabalhadores como se viu na claramente na recente greve dos caminhoneiros. A direita golpista não consegue conter a crise econômica e precisa realizar eleições fraudulentas, sem Lula, para tentar “eleger” um presidente marionete do imperialismo norte americano que leve adiante a ofensiva contra a economia nacional e contra a classe trabalhadora. Dentre outras medidas, aprovando a “reforma” da Previdência, fazendo vigorar em larga escala a “reforma” trabalhista, realizando as privatizações, garantindo as demissões em massa, violentos cortes nos gastos sociais etc. e, para impor tudo isso, impor uma violenta repressão contra os trabalhadores e suas organizações, como os sindicatos, que já são alvo de um duro ataque, com o fim da contribuição sindical, pesadas multas nas greves etc.
A política da Conferência e de todas essas organizações dos explorados de marchar à Brasília no próximo dia 15 de agosto, exigir do TSE o registro da candidatura de Lula e do STF e do judiciário golpista como um todo, a sua imediata libertação, se opõe, acertadamente, à posição reacionária dos setores da esquerda pequeno burguesa e burguesa que defendem o chamado “plano B”, ou seja, a política reacionária de abandonar a luta pela liberdade de Lula e apoiar uma política de conciliação com os golpistas, aceitando-se eleições fraudulentas – sem Lula – e, inclusive – apoiando um candidato apoiado pelo regime golpista, como Ciro Gomes, que a cada dia recebe elogios de setores da direita para ser o pseudo candidato da esquerda.
Não há tempo a perder. Organizar a partir de cada Comitê, de cada sindicato, associação popular, estudantil etc. caravanas para levar dezenas de milhares de pessoas a Brasília, avançando no sentindo de uma ampla mobilização, que aponte no sentido de uma rebelião popular contra o golpe, pela anulação do impeachment e de todas as “reformas” e medidas do regime golpista, única arma capaz de derrotar as instituições do regime golpista, libertar Lula e garantir sua presença nas eleições, como único candidato capaz de unir a esquerda e as organizações de luta dos explorados e derrotar o golpe de estado.