Sua prisão, além do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e a perseguição aberta, com processos e a prisão de outros dirigentes do Partido dos Trabalhadores, deixaram clara a intenção dos donos do golpe de Estado: não só impedir que Lula participe da campanha, mas isolar e, por fim, destruir o PT. Por quê?
Entre outras coisas, principalmente porque o PT está, e sempre esteve, à cabeça das principais organizações do movimento operário e popular do País, como a CUT e o MST. Seus militantes dirigem milhares de sindicatos, associações e organizações de luta dos trabalhadores e da juventude.
Os donos do golpe não podem mais tolerar nem mesmo a política moderada, de conciliação dos interesses de classe, levada adiante pelo PT no movimento operário e popular e em seus governos. Depois do PT, em um processo que já está em marcha, com ataques aos sindicatos e organizações populares, virão a CUT e outras organizações de peso.
Para atingirem seus objetivos, os golpistas precisam justamente liquidar todaresistência, passar por cima das organizações de luta para destruírem os direitos, as conquistas e rebaixar as condições de vida das classes trabalhadoras.
Eis que o PT chegará às eleições de 2018 isolado. A coligação que defenderá o nome de Lula, além do PT, conta apenas com o PCdoB e o PROS. É o que restou da coligação que elegeu Dilma Rousseff em 2014, sucessora da “Frente Brasil Popular”, de 1989, e das que levaram “povo” no nome, encabeçadas pelo PT desde então. Agora, PSD, PP, PR, PDT, PRB e PMDB, os partidos burgueses que a integravam, abandonaram a “frente popular”.
Restou apenas a política de colaboração de classes, dita de frente popular, da esquerda pequeno-burguesa que se colocou a reboque da burguesia em vários aspectos de seu programa, representada pelo PT e o PCdoB, e a “sombra da sombra” da burguesia que é o PROS, uma pequena legenda de aluguel. Juntos têm 75 deputados no Congresso Nacional, menos de 15% das cadeiras.Essa situação é o retrato do isolamento imposto pela burguesia pró-imperialista e golpista ao PT. Uma frente popular sem “frente popular”.
É nesse quadro, em que a aliança foi desfeita, em que Lula está isolado, preso e ainda assim sob ataque permanente dos golpistas, em que o golpe de Estado continua a avançar, que nosso Partido decidiu apoiar o nome do ex-presidente, porque ele é visto pela população como representante da única força capaz de derrotar o golpe: o povo. Não apoiamos nem a política de frente popular, nem a coligação que restou da “frente popular” encabeçada pelo PT.
Fazemos isso com nosso próprio programa, sem abandonar nenhuma das nossas reivindicações, a defesa do salário, do direito ao trabalho e à terra, a revolução, o governo operário e o comunismo. Votaremos Lula, pela derrota do golpe de Estado e por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.