Os “terroristas” brasileiros são pessoas que apenas emitiram opiniões e, em alguns casos, apenas curtiram páginas de “cunho islâmico” na Internet. Aplicando a Lei Antiterrorista, que foi aprovada durante o último governo Dilma, sobre a forte pressão do imperialismo, até um professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi expulso do Brasil, sem mesmo ter mediado um processo jurídico formal.
O verdadeiro objetivo por trás desta encenação é aproveitar o clima mundial da “guerra contra o terror”, às vésperas das Olimpíadas, com o objetivo de avançar na aplicação da Lei Antiterrorista no Brasil.
A crise política brasileira representa a crise do regime político de conjunto. A esquerda brasileira de conjunto, no grosso, é uma esquerda petista, frentepopulista. Os partidos integrados ao regime que se apresentam como anti-petistas, como o PSTU e o Psol, na realidade, buscam ficar com o espólio do PT, usando como máscara o “PT das origens”.
Recentemente, o PSTU rachou em dois por causa de divergências em relação à política do “Fora Todos Eles. Eleições Já”. O setor dissidente, encabeçado pelo professor Valério Arcary, se opõe à adesão ao impeachment da presidente Dilma, numa movimentação que já tinha sido dada por um dos grupos satélites do PSTU mais importantes, o MRT.
A crise política reflete o aprofundamento da crise capitalista
A crise na esquerda brasileira e mundial é generalizada. Ela reflete a crise das frentes populares que têm sido colocadas em xeque por causa do aprofundamento da crise mundial. Mas também a crise avança sobre a direita tradicional.
O aprofundamento da crise capitalista tem colocado em xeque os lucros dos monopólios. O imperialismo norte-americano tenta desesperadamente jogar o peso da crise sobre os trabalhadores, principalmente na América Latina. O aperto tende a implodir o centro do regime político e aos fortalecimento dos polos. A direita centrista tende a ser implodida, como já está acontecendo com o PMDB e com setores do PSDB. No lugar, fundamental usando como instrumento a Operação Lava-Jato, o grande capital tenta impulsar setores mais direitistas, no sentido da instauração de um governo de cunho bonapartistas. Ao mesmo tempo, os organismos que tinham sido deixado em estado de espera após o colapso da ditadura militar estão sendo recriados. A extrema direita tem sido cada vez mais fortalecida em todo o mundo. No Brasil, até o antigo SNI está sendo colocado em pé novamente, sob o nome de GSI.
A crise colocará em movimento, de maneira inevitável, a classe operária, que acordará do longo sono neoliberal. No próximo período, estará colocado o enfrentamento entre o proletariado e a burguesia em escala mundial.