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Quarta, 10 Agosto 2016 11:32 Última modificação em Sexta, 12 Agosto 2016 16:07

Centrais sindicais brasileiras organizam ato nacional no dia 16 de agosto Destaque

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País: Brasil / Laboral/Economia / Fonte: Brasil de Fato

[Gibran Mendes] Líderes dos trabalhadores reforçaram a importância da unidade para a resistência contra a retirada de direitos

“O trabalhador faz greve geral se mexer na jornada de trabalho, na previdência, na CLT. Faz parte manter seus direitos e o desemprego, que está em níveis alarmantes, é um agravante”, afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT / Leandro Taques

O picadeiro do Circo da Democracia voltou-se para o mundo do trabalho, na manhã do dia 9, onde um ato com as principais centrais sindicais debateu os desafios que as organizações terão na defesa dos direitos da classe trabalhadora. A flexibilização de direitos, a reforma da previdência e o negociado sob o legislado são algumas das ameaças que o governo golpista impõe ao Brasil.

Diante deste cenário surge o desafio de organizar uma greve geral e o próximo dia 16 de agosto, quando atos acontecerão em todo o Brasil, é um alerta para os golpistas.

Diante da dificuldade em organizar uma greve geral, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, disse que a central prepara atos que servem como “aquecimento" para esta mobilização. “O trabalhador faz greve geral se mexer na jornada de trabalho, na previdência, na CLT. Faz parte manter seus direitos e o desemprego, que está em níveis alarmantes, é um agravante”, afirmou.

Campanha e ataques contra os sindicatos

Para ele, não é possível aceitar qualquer retrocesso nos direitos sociais. Uma das principais ameaças do momento é a tentativa de implantar o negociado sob o legislado. Neste caso, as relações entre empregado e patrão ditam as regras que ficarão acima dos direitos garantidos pela CLT. “Não é porque os sindicatos têm medo de negociação ou são acomodados com a legislação. É porque o empresário brasileiro não avança para ter uma relação de igual para igual, muito pelo contrário. O que acontece hoje é uma campanha mundial contra os sindicatos”, argumentou Freitas, que também citou a reforma da previdência e a terceirização como outras grandes ameaças aos direitos dos trabalhadores. “Aceitamos o negociado sob o legislado, desde que seja o que está acima da CLT e o que seja melhor para o trabalhador”, completou.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, representante da Força Sindical, analisou as diferenças das centrais durante o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, mas reforçou a necessidade da unidade neste momento. Eu gostaria de levantar essa preocupação, da unidade de ação para a garantia dos direitos. Mais do que isso: no Congresso Nacional o voto será contra nós. Vamos buscar cada vez mais o apoio da população nessas questões”, disse Juruna.

O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), José Agnaldo, seguiu a mesma linha e reforçou a importância da unidade da classe trabalhadora neste cenário temerário. “É um momento de união, nossos direitos estão em perigo e nós temos que demonstrar essa unidade. Vamos garantir que nossos direitos tenham avanços e não retrocessos. A CTB, junto com as demais centrais, com o povo, estará nas ruas para defender os direitos e erguer a bandeira da democracia”, garantiu.

Frente de Resistência

Durante o encontro foi proposta a criação de uma Frente de Resistência no Paraná contra a retirada de direitos sociais. A proposta partiu dos Institutos Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e Democracia Popular (IDP). “O cenário não é bom, independentemente do resultado (da votação do impeachment no Senado). O Congresso Nacional está vinculado às oligarquias mais conservadoras e é isso que devemos combater. A ideia é criar uma frente de resistência contra a retirada de direitos, compostas pelas centrais, sindicatos e outras organizações da sociedade civil, promovendo atividade em prol da defesa dos trabalhadores”, afirmou o advogado Nasser Allan.

Há um avanço processo de desmantelamento do Estado, de acordo com ele, sobretudo como condutor e de políticas sociais, avançando para um “Estado mínimo”. “A reforma da Previdência passa por isso, transformar o Estado em estrutura mínima que não garanta saúde, educação e previdência. Neste caso, dificilmente alguém conseguirá se aposentar e se conseguir será por pouco tempo”, argumentou.

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