Aos 14 anos, Jorge começou a participar da vida literária da capital soteropolitana como um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, movimento formado por jovens que questionavam as estruturas da sociedade e da própria Academia Brasileira de Letras. Movimento importante na renovação da literatura baiana.
Escreveu o primeiro livro aos 19 anos, intitulado “O país do Carnaval”, ainda na Bahia, antes de iniciar os estudos na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro.
Foi na Faculdade de Direito que começou a militância no Partido Comunista Brasileiro (PCB), organização pela qual foi eleito Deputado Federal em 1945. Viveu exilado em três períodos diferentes da vida: na Argentina e no Uruguai (1941-1942); em Paris (1948-1950); e em Praga (1951-1952).
Ao todo publicou 36 títulos, com os mais diversos temas, sendo os mais famosos: Capitães da Areia (1937); Gabriela, cravo e canela (1958); A morte e a morte de Quincas Berro d’água (1959); Dona Flor e seus dois maridos (1966); Tieta do Agreste (1977), entre outros.
Jorge, amado por nós, era dono de uma sensibilidade incrível. Reivindicava o materialismo histórico, é verdade, mas se orgulhava do título de Obá de Xangô recebido no Ilê Opó Afonjá. Escreveu sobre os meninos que não tinham casa e viviam como adultos nas ruas de Salvador e sobre a mulher que batalhou para viver o amor dos dois maridos.
A obra de Amado foi reproduzida em 49 idiomas diferentes e o número de prêmios literários que recebeu já nem cabe na biografia.
No mês de aniversário do nosso escritor comunista, o mais baiano e candomblecista de todos eles, cumprimos o papel de não deixar que suas obras e sua história sejam esquecidas.
Salve Jorge da Bahia, Obá de Xangô, o nosso Jorge Amado!