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Terça, 04 Outubro 2016 21:57 Última modificação em Sexta, 07 Outubro 2016 08:22

PCO analisa resultados das eleições municipais no Brasil

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País: Brasil / Batalha de ideias / Fonte: Causa Operária

As eleições municipais de 2016 cumpriram seu papel. Em dois aspectos centrais: deu ao golpe de Estado uma cara democrática e ainda elegeu majoritariamente a direita em todo o País.

O resultado mostrou que não se pode confiar ou acreditar nas eleições e como a palavra de ordem de “diretas já” serve muito mais ao golpe que outra coisa.

Em São Paulo foi onde deu-se o resultado mais grotesco. O candidato playboy almofadinha do PSDB, João Dória Jr., foi eleito deixando o petista Fernando Haddad que tentava a reeleição em segundo lugar.

O resultado na capital paulista e em muitos outros lugares deixou um clima de desânimo e descrença. O que mostra o erro de ter-se colocado expectativas nas eleições, ter investido muito em um processo totalmente antidemocrático e controlado pelos golpistas, pela direita que evidentemente se beneficiaria dessa situação.

Como já foi dito aqui antes e durante o período eleitoral, o único objetivo factível nas eleições teria de ser a denúncia do golpe de Estado e do próprio processo eleitoral antidemocrático.

Essa segunda denúncia se fazia ainda mais importante, tendo em vista a necessidade de combater a ilusão nas eleições da democracia burguesa que, como está revelado agora, sem qualquer sombra de dúvidas, existe para consolidar a dominação dos capitalistas, impor sua vontade. Tudo isso sob a aparência democrática de consulta à população.

O resultado de SP também levou a conclusões equivocadas sobre a direitização da população, uma suposta maioria coxinha, ou de pobre que vota na direita, em seus inimigos de classe.

Na realidade não é bem assim. O resultado mostra que Dória foi eleito com o voto de pouco mais de 30% da população, já que quase 40% dos votantes preferiram não votar em nenhum candidato. Isso se considerarmos que não houve qualquer tipo de fraude e o resultado realmente representa os votos dos eleitores. Descontando também a campanha contra o PT colocada abertamente pelo monopólio da imprensa golpista e o Judiciário.

Este ano a eleição teve o menor tempo de campanha. Enquanto a esquerda mal aparecia na TV, o belo sorriso dos direitistas era apresentado constantemente. Se nunca houve igualdade de condições, neste ano a coisa foi ainda mais antidemocrática.

Em algumas cidades ainda existe o segundo turno, como no Rio de Janeiro, onde o Psol disputa com o PRB, o que servirá para manter as ilusões eleitorais da setores da esquerda.

Não é a população que está virando à direita, mas ao dominar o cenário político geral, a direita impõe um clima de desmoralização. Quem se recusa a votar na direita e está intimidado de votar no PT, por exemplo, por causa da imensa campanha contra o partido, acaba anulando o voto.

As eleições passam e a direita busca a consolidação do golpe. É preciso mobilizar os trabalhadores, a juventude, os setores oprimidos da sociedade e voltar às ruas. O que está colocado agora é aumentar a mobilização e a luta contra o golpe e a prisão de Lula.

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