O mês de fevereiro findou com 211.924 pessoas registadas como desempregadas nos escritórios do Serviço Público de Emprego Estatal (SEPE) na Galiza, 154 menos que em janeiro, o que em termos percentuais equivale a um descenso de 0,07%. Este dado contrasta com o elevado número de contratos registados neste período, 62.323, o que mostra claramente a cada vez maior rotaçom do emprego.
Na média do Estado a queda do desemprego foi ligeiramente superior, atingindo 0,25%; em ambos os casos podemos falar de estancamento nos dados, o que é habitual no mês de fevereiro. A nível sectorial o tónica é muito semelhante.
Esta pequena queda do desemprego em fevereiro na Galiza -154 pessoas- contrasta com o elevado número de contratos registados nesse mês, 62.323, e com o incremento da inscriçom à Segurança social em 2816 pessoas. Esta aparente contradiçom só se pode explicar pola forte rotaçom e a escassa duraçom dos contratos; quer dizer, que um mesmo posto de trabalho seja desempenhado por várias pessoas ao longo do mês, o que aumenta a inscriçom e a contrataçom, mas quase nom influi nas pessoas desempregadas, que vam rotando. Esta explicaçom é perfeitamente factível se levarmos em linha de conta o facto de 35% dos contratos durarem, em média, menos de umha semana.
Os dados mostram que se estám a criar postos de trabalho de muito escassa duraçom e com jornadas parciais, partilhando um mesmo trabalho várias pessoas ao longo do mês, o que por um lado agrava a precarizaçom do mercado de trabalho, mas por outro disfarça os dados do desemprego, permitindo ao Governo espanhol falar de recuperaçom do emprego e nom enfrentar o grave problema existente.
Figura do trabalhador/a pobre
Neste senso, o secretário confederal de Emprego e Indústria, Miguel Malvido, incide em que as sucessivas reformas laborais tenhem servido unicamente para precarizar ainda mais as condiçons laborais, assinalando a rotaçom como um dos principais problemas do actual mercado de trabalho. Além disso, alerta sobre a consolidaçom da figura do "trabalhador/a pobre", por causa do aumento da temporalidade e da perda de poder aquisitivo.
Diante disto, lembra que a CIG tem em andamento umha campanha de informaçom e mobilizaçom centrada na recuperaçom de direitos laborais e sociais “roubados com a escusa da crise económica”, que tem como um dos principais objetivos a derrogaçom de todas as contrarreformas aprovadas nos últimos anos.