Como é habitual no Dia das Letras, este 17 de Maio haverá reivindicaçom lingüística nas ruas da Galiza. Será umha única manifestaçom nacional, convocada pola plataforma "Queremos Galego" e na qual, previsivelmente, participarám milhares de galegos e galegas.
Estes som os 15 coletivos aderidos ao chamado Bloco Reintegracionista, que também costuma comparecer como parte da mobilizaçom popular em defesa do idioma cada 17 de Maio:
A Gentalha do Pichel , Associaçom de Estudos Galegos (AEG), Associaçom Xebra, Briga, Centro Social Faísca, Centro Social Fuscalho, Centro Social Gomes Gaioso, Centro Social Mádia Leva, Centro Social Ocupado Autogerido Escárnio e Maldizer, Centro Social Revolta, Coletivo Terra, Diário Liberdade, Fundaçom Artábria, Liga Gallaecia, Sociedade Cultural e Desportiva do Condado.
Para além de marcharem juntas atrás de umha faixa comum com a legenda "Vamos à rua, defender a língua! Nem minoritária nem autonómica, extensa e soberana!", as entidades participantes no Bloco Reintegracionista (culturais, juvenis, desportivas e centros sociais) divulgam nestes dias o seguinte comunicado conjunto:
Vamos à rua, defender a língua!
Nem minoritária nem autonómica, extensa e soberana!
Se algo ficou claro nos últimos anos é a insuficiência dos discursos e as declaraçons de intençons na hora de dar ao galego o papel central que lhe corresponde como o mais antigo e identificador sinal de identidade do nosso povo.
Se bem a prostraçom vem no nosso caso imposta durante tantos séculos de domínio castelhano-espanhol, nom há dúvida que nas últimas décadas se acelerou a desgaleguizaçom das pessoas mais novas, quebrando a transmissom intergeracional. A língua mostra desse modo as nefastas conseqüências que tem para qualquer povo a falta de soberania política, pondo em risco o seu futuro.
O paradoxo está nas boas palavras com que está a ser envolto o ainda chamado “processo normalizador”, nunca nos últimos séculos tam institucionalizado e, ao mesmo tempo, tam minorizado e impedido de se desenvolver plenamente como nos dias de hoje.
O abandono calculado, disfarçado de falsa proteçom, parecem ter condenado o nosso povo a um futuro, que vemos já no presente, em castelhano.
Isto tem soluçom!
Porém, iniciativas surgidas da base social, assim como a relativa vitalidade que ainda mantém em setores minoritários das geraçons mais novas, deve empurrar-nos a nom dar por perdida esta batalha. Se bem a situaçom é muito preocupante, contamos com algumhas ferramentas e potencialidades que, bem aproveitadas, podem ajudar a umha recuperaçom efetiva do galego.
Existem ámbitos laborais, sindicais, culturais, musicais, educativos, desportivos e de ativismo popular em que já se desenvolvem iniciativas significativas, em que pessoas novas conseguem tornar realidade o velho anseio de Cabanilhas, fazendo da língua o nosso escudo.
A força da unidade lingüística
Entre os recursos com que contamos, está um totalmente desprezado polas forças responsáveis pola política lingüística oficial até hoje: a força da unidade lingüística galego-luso-brasileira, o que costumamos chamar reintegracionismo lingüístico.
Longe de termos umha língua minoritária e autonómica, incapaz de concorrer com o espanhol, o galego pertence ao quarto espaço lingüístico do planeta. Nom seremos nós que estabeleçamos qualquer hierarquia lingüística em funçom do número de falantes, mas tampouco teimaremos em desprezar o que isso supom.
A Europa tem numerosos exemplos semelhantes ao nosso, em que o bom senso favoreceu a articulaçom de línguas divididas entre vários estados, como acontece na falada a norte e sul do Minho.
Soberania lingüística
A soberania lingüística significa, no caso galego, a afirmaçom de que podemos desenvolver-nos plenamente como povo na nossa língua, e que nom temos que submeter-nos às limitaçons autonómicas com que o espanholismo pretende isolar o galego dos seus irmaos gémeos, português e brasileiro.
Umha máxima abertura e colaboraçom no nosso ámbito lingüístico e cultural de ámbito internacional só trará vantagens num processo que, no fim das contas, deveremos desenvolver nós, sem tutelas alheias de nengum tipo, afirmando a territorialidade efetiva do galego na Galiza, como primeira língua do nosso povo.
Só a multiplicaçom de iniciativas autogeradas na base social forçará mudanças que acabem por impor um novo rumo regaleguizador. E só assi poderemos aspirar a um futuro digno como povo.
É na rua, em cada espaço de socializaçom, que essa luita se dá... e se ganha!
Galiza, 17 de maio de 2017
Bloco Reintegracionista
A Gentalha do Pichel , Associaçom de Estudos Galegos (AEG), Associaçom Xebra, Briga, Centro Social Faísca, Centro Social Fuscalho, Centro Social Gomes Gaioso, Centro Social Mádia Leva, Centro Social Ocupado Autogerido Escárnio e Maldizer, Centro Social Revolta, Coletivo Terra, Diário Liberdade, Fundaçom Artábria, Liga Gallaecia, Sociedade Cultural e Desportiva do Condado