A situaçom era grave nos últimos dias, mas neste domingo chegou ao extremo: núcleos urbanos atingidos, incluindo Vigo, edifícios queimados e numerosas famílias fugindo dos seus lares, enquanto o presidente da Galiza culpabilizava "Portugal" e "o tempo seco". Omitia que, há só 15 dias, o seu governo despediu meio milhar de brigadistas anti-incêndios contra o critério do sindicato maioritário, a CIG.
A situaçom é gravíssima ainda na altura de redigirmos estas linhas, de madrugada. Só a açom direta da vizinhança em numerosas regions da Galiza evitou um desastre ainda maior, protegendo bens públicos e particulares, assi como a segurança em hospitais, gasolineiras e outros pontos sensíveis de diversas cidades, com destaque para Vigo. Um número indeterminado de estradas ficou cortado polos incêndios, pondo em risco a segurança de pessoas que conduziam polas mesmas.
A total impotência de umha Junta ultrapassada polos acontecimentos levou-na a derivar culpas para "as condiçons climáticas", como se fosse umha novidade após um mês de outubro de altas temperaturas e nengumha chuva. Apesar disso, quase 500 brigadistas fôrom dispensados, desprezando os protestos do pessoal da empresa e do sindicato. A maioria absoluta do PP garantiu que a "poupança" em tempos de crise descuidasse um ámbito básico como o florestal, que situa a Galiza junto a Portugal como área mais afetada polos incêndios na Europa.
Monoculturas florestais ao serviço de umha papeleira todo-poderosa
Entre as causas evidentes, umha política florestal ao serviço de ENCE, umha papeleira que funciona como poder na sombra ditando ao PP as diretrizes sobre extensom do eucalipto para baixar os preços e ter pasta barata para umha indústria que destrói outras potencialidades dos montes galegos.
Para além da ruína económica que para a maioria da sociedade supom, a estratégia papeleira está a destruir ambientalmente o rural galego, tal como o do norte português. Desta vez, houvo que lamentar também duas mortes, o que provavelmente nom mudará o rumo da criminosa política florestal do PP à frente da Junta.
Mobilizaçons convocadas de urgência
É a atuaçom das populaçons que estám a evitar, até este momento, que instalaçons sensíveis e perigosas, como depósitos de combustível, hospitais, etc. se tenham visto atingidas polo fogo devastador, pois os efetivos anti-incêndios ficárom muito aquém das necessidades básicas.
Contra semelhante desastre nacional, já houvo umha concentraçom do pessoal da CRTVG contra o "vergonhoso" tratamento informativo do canal público de TV e Rádio Galega, assi como para reclamar a demissom do secretário-geral da Corporaçom, Alfonso Sánchez Izquierdo.
Para a tarde desta segunda-feira dia 16 de outubro fôrom convocadas mais de umha dúzia de concentraçons em diferentes cidades e vilas galegas. Som estas, às 20 horas:
Ourense, nas Casas de Chocolate
Vigo, na Diante do Marco
Corunha, no Obelisco
Compostela, na Praça do Toural
Lugo, no Edifício Multiusos da Junta
Ponte Vedra, na Praça da Peregrina
Ferrol na praça de Amada Garcia
Cangas, na praça do Concelho
Monforte, na praça de Espanha
Carvalhinho, na praça Maior
Ribeira, na praça do Concelho
Cambados, na praça do Concelho
Lalim, na praça da Lóriga
Pontes, diante do Concelho
e no Barco, diante do Concelho
Todas às 20h. exceto a do Barco, às 19h. 2ª-feira
Desastre ainda maior em Portugal: 27 pessoas mortas!
Como dixemos, nom só a Galiza lidera as áreas com maior número de incêndios e hectares queimados nas últimas décadas. Portugal também vive estes dias devastadores incêndios, com um pano de fundo idêntico: extensom incontrolada de eucaliptais.
O número de mortes em Portugal é já de 27, com dúzias de feridas e mais de 20 estradas cortadas polo fogo. Para além dos montes, zonas industriais como a de Tocha fôrom seriamente afetadas. Quase meio milhar de incêndios estendêrom-se polo norte e centro do país ao longo do domingo, nalgusn casos rodeando núcleos urbanos, inclusive cidades como a de Braga.