Com um perfil de esquerda, expressons diferentes do movimento feminista confluírom em convocatórias unitárias que, neste momento, só se registam nesse ámbito da luita social. Unicamente a direita ficou fora, autoexcluindo-se (PP) ou aderindo só de modo fictício, sem participaçom nem incidência real (Ciudadanos).
Em todo o caso, o carácter suprapartidário foi muito claro, ainda que contando com umha componente sindical significativa, umha vez que este 8 de março, tal como o do ano passado, tinha como eixo umha convocatória de greve que alargou o tempo até a jornada completa. Se no ano passado a sua incidência na produçom foi muito reduzida, esta vez aumentou em diferentes setores, para além de se confirmar a massividade das mobilizaçons nas ruas de dezenas de vilas e cidades galegas.
O preámbulo marcado em Lugo umha semana atrás já dava para prever umha jornada histórica do feminismo galego. Com efeito, a jornada de greve decorreu com numerosos piquetes, algumhas paralisaçons significativas em determinados setores e grandes manifestaçons.
Chamou a atençom, no caso das manifestaçons, a grande variedade etária, com importante presença juvenil, numha altura histórica em que o movimento popular é afetado polo envelhecimento demográfico e pola desmobilizaçom juvenil. Em contrapartida, essa massiva adesom das geraçons mais novas abriu a porta ao espanhol como língua de reivindicaçom, um papel que na Galiza costuma hegemonizar o galego como parte da tradiçom da nossa esquerda nacional. Mais umha evidência do avançado processo de substituiçom lingüística no nosso país.
As reivindicaçons históricas do feminismo estivérom nas ruas, incluindo as claramente de classe, referidas aos direitos laborais e o combate às discriminaçons. Aí a direita mediática e partidária, embora tentasse amortecer contradiçons e assimilar discursos, foi incapaz de assumir as mensagens, manipulando-as em meios como La Voz de Galicia, ou silenciando-as noutros como a TVG.
As principais avenidas e praças do País, como a do Obradoiro compostelana, a Gram Via viguesa ou os Cantons corunheses, bem como numerosas vilas, como as Pontes, Monforte, Cangas, Porrinho, etc. fôrom ocupadas por multitudes de mulheres. Nalguns casos, com mobilizaçons sindicais e estudantis de manhá, que enchêrom espaços como o Cantom de Ferrol e diferentes ruas em várias convocatórias em Vigo, e novas manifestaçons multitudináriras unitárias à tardinha.
A fenda salarial, o fim da carga extra dos cuidados, o maltrato, os direitos reprodutivos, a opressom acrescentada das mulheres com discapacidades... numerosas reivindicaçons confluírom numha jornada que confirmou a Galiza como parte da vanguarda da luita social feminista no mundo.
Pode-se consultar umha grande galeria de imagens da jornada no site da Galiza Contrainfo no Flickr.