Mais um ano mostrará-se também a indignaçom pola lacra da “violência de género” e representantes políticos/as de toda cor sairám junto a variados membros das instituiçons do Estado, reafirmando o seu compromisso para rematar com o problema.
Mais um ano organizaçons revolucionárias emitiremos um comunicado e um cartaz com a repercusom e capacidade de divulgaçom à que som condenados os projetos antagónicos aos interesses do sistema.
E mais um ano o movimento feminista galego tratará de mobilizar-se para lembrar que a violência machista nom é um fenómeno isolado que mereça ser lembrado um dia, mas um problema estrutural que deve ser combatido diariamente.
E assim as cousas, as moças de BRIGA nom ocultamos a nossa crescente preocupaçom com as regressivas medidas que o governo estatal e autonómico imponhem em matéria de género, a começar por um dos elos estratégicos na construçom dumha sociedade: a educaçom.
A anti-popular (e hoje incerta) lei LOMQE nom só relega a inclusom educativa a um plano subalterno mas está dirigida a perpetuar e acentuar a dissociaçom de roles por género promovendo matérias como a religiom ou auspiciando a centros que praticam a segregaçom sexual.
Mas nem é necessário aludir à LOMQE para criticar o modelo educativo até hoje vigente. Só temos que reparar em universidades galegas que ainda permitem que o professorado aluda à forma de vestir das alunas ou que acolhem em debates públicos a agressores que manifestam sem pudor que as mulheres somos as responsáveis do assédio sexual que sofremos; reparemos também nos institutos e escolas nos que a memorizaçom de conteúdos está por acima da educaçom em valores; em definitiva, numha pedagogia orientada a formar futuras operárias e/ou profissionais que contribuam ao lucro económico da classe dominante e nom ao bem-estar das pessoas numha sociedade igualitária.
Esse défice educativo é umha das razons de que, por colocar um exemplo, poucas fossem as vozes de alarme quando após constatar-se a agressom sistemática de mulheres por parte dum homem em Lugo, a polícia aconselhou as vizinhas da cidade a nom saírem sós de casa. Poucas fôrom as pessoas que achárom esse “bem-intencionado conselho”umha das formas de violência mais determinantes que sofremos as mulheres: o medo.
E é que acaso é menos violento que após sofrer umha agressom machista ou experimentar o medo de padecê-la (que configura umha agressom em si mesma), se deposite a responsabilidade sobre nós perguntando que roupa vestíamos, em que estado íamos ou o porque de irmos sós por determinada rua?
As moças de BRIGA queremos reflectir e denunciar este 25N o profundo caráter violento das medidas que as instituiçons sistémicas dim dirigir contra as agressons machistas, constantemente centradas em educar-nos a nós no medo e na repressom, e nom aos homens no respeito e no castigo quando agridam mulheres.
Porque as ruas também som nossas,
QUE ENSINEM A ELES A RESPEITAR, NOM A NÓS A TEMER!