1. Libertárias
Espanha – 1996 – Vicente Aranda
Película emblema do cinema sobre a Guerra Civil Espanhola, Libertárias tem como protagonista uma freira chamada Maria que, fugindo dos revolucionários opositores à tentativa de golpe Franquista, se junta a um grupo de mulheres que abandonam a prostituição para lutar nas barricadas da FAI (Federação Anarquista Ibérica). O filme aborda principalmente a questão feminina, tanto no movimento anarquista (expondo o machismo enraizado mesmo nos homens libertários), quanto na própria Espanha, um país ultracatólico no qual a igreja era (e ainda é) forte e poderosa. A menstruação, o sexo, a gravidez e as doenças sexuais são abordagens constantes no filme, porém o seu foco principal é a força feminina mostrada através da libertação da freira Maria, que passa de membro da igreja à combatente das barricadas, local onde as mulheres tinham que se auto afirmar passando por uma revolução na Espanha, mas também por uma revolução de gênero contra o machismo constante.
2. Que Horas ela Volta?
Brasil – 2015 – Anna Muylaert
Da casa grande à senzala, da casa dos patrões ao “quartinho da empregada”, esse filme brasileiro de 2015 não só trata das relações de patrões e empregados domésticos, como também aborda a questão feminina. A história gira em torno de duas mulheres, Val e Jéssica, mãe e filha em uma luta para garantir direitos básicos como educação e moradia própria. Anna Muylaert (uma das poucas mulheres diretoras dessa lista e de outras tantas listas) trabalha a questão com riqueza de detalhes impressionante, e mostra a força de uma empregada doméstica que criou a filha à distância e o filho da patroa de perto.
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3. Aquarius
Brasil – 2016 – Kleber Mendonça Filho
Mais um filme da aclamada geração de novos diretores brasileiros, Aquários vai fundo em várias questões do cotidiano de desigualdades do Brasil, porém tudo isso orbitando a história de Clara. A protagonista é a única habitante de um conjunto pequeno de prédios que está sob a vista de uma grande construtora e é o ponto central do enfrentamento de Clara com o jovem de Diego, rapaz que vê no prédio novo sua primeira oportunidade de ascensão na carreira de vendedor de imóveis. O embate de Clara com tabus e figuras masculinas opressoras é constante durante o segundo longa de Kleber Mendonça Filho, que desde as primeiras cenas já aponta para a questão da emancipação feminina.
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4. Assim que Abro os Olhos
Tunísia – 2017 - Leyla Bouzid
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5. Numa escola de Havana
Cuba – 2014 – Ernesto Daranas Serrano
As dificuldades de ser mãe solteira e de educar sozinha diversas crianças são as pautas dessa obra cubana de 2014, nela vemos todas as dificuldades enfrentadas por duas mulheres, Carmela e Sônia, para criar o pequeno Chala, menino que para conseguir dinheiro vende pombos. A abordagem da obra é sensível e mostra duas mulheres enfrentando não só os problemas de isolamento impostos pelos homens, como criar os filhos sem a presença do pai, mas também questões que apontam algumas contradições da revolução.
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6. Miss Violence
Grécia – 2013 – Alexandros Avranas
Aos 11 anos, exatamente no dia de seu aniversário, Aggelikki se joga da janela do apartamento onde ela vive com o avô, a avó, a mãe e os irmãos. Mas por que a garota, no principio da juventude, se suicida? A família alega acidente, a polícia não descarta a possibilidade do suicídio, mas a história nos revela que a causa está nas atrocidades que o avô comete com as mulheres da família.
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7. Dois dias, uma noite
Bélgica – 2014 – Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
Uma crise econômica assola a Europa desde 2008, o neoliberalismo se aproveita da situação e pressiona seus funcionários e na Bélgica, Sandra, que ficou afastada por conta de uma depressão, se vê diante de um jogo no qual ela é a peça principal. Seus patrões têm que escolher: Sandra continua no trabalho ou eles recebem um bônus. A protagonista tem dois dias e uma noite para convencê-los de que o bônus vale menos que seu emprego. O filme expõe os problemas de uma mulher que faz de tudo para não perder o seu trabalho e que além de tudo ainda sofre certos preconceitos por sua depressão.
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8. A Lição
Bulgária – 2014 - Kristina Grozeva e Petar Valchanov
Uma professora de ensino médio se depara com um roubo em uma de suas turmas, em busca de justiça ela tenta todos os meios para que o ladrão ou a ladra se revele sem constrangimento. Na sua vida fora da escola surge mais um problema: um empréstimo feito por seu marido desempregado não foi pago e eles correm o risco de perder sua casa. Diante da situação, a única saída encontrada é pedir dinheiro a um agiota. No demais, é bom ver o filme, pois aborda os dramas de uma mãe que aos poucos se vê em situações complicadas fazendo-a retornar para a questão inicial do filme.
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9. Persepólis
França – 2007 - Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud
Essa animação francesa aborda a história autobiográfica de uma menina iraniana dos seus 8 anos até sua vida adulta. Ela convive o tempo todo com questões relacionadas principalmente às privações e resistências que as mulheres dos regimes islâmicos sofrem e vivem, questões como a sexualidade, o véu e a liberdade de expressão são uma constante dessa obra adaptada do HQ homônimo, que coloca as mulheres na questão central de problemas que surgem com a Revolução Islâmica. Vale a pena se inspirar com a revolta questionadora da protagonista.
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10. O Labirinto do Fauno
México/Espanha – 2006 – Guilhermo Del Toro
1939, a Espanha foi dominada quase que totalmente pelos franquistas. Quase, pois um levante anarquista ainda resistia nas regiões mais interiores da Espanha. Porém, o foco do filme não é a guerrilha, mas sim um desejo de liberdade e rebeldia que Guilhermo Del Toro canaliza em Ofélia, a personagem principal do filme. Se fizermos uma análise profunda, veremos que várias mulheres são protagonistas desse filme, no qual as atitudes desafiadoras tanto da personagem principal Ofélia, quanto da coadjuvante Mercedes, fazem a organização da guerrilha e os fascistas perderem a linha e a batalha.
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