Os dados, revelados ontem na capital iemenita, Saná, mostram que 70 pessoas faleceram e 14 880 foram atingidas pela infecção bacteriana desde quinta-feira passada, dia em que a OMS apresentara o seu último balanço.
Os 859 mortos e 116 700 infectados são contabilizados desde 27 de Abril deste ano. A infecção por cólera tornou-se então epidémica, e encontra-se actualmente espalhada por 20 das 21 províncias do país árabe, informa a Prensa Latina.
Trata-se do segundo surto de cólera em menos de um ano no Iémen – o primeiro tornou-se epidémico em Outubro de 2016 e, até Dezembro, provocou 143 mortes, sobretudo na região de Al-Wehda (província de Saná).
De acordo com a OMS, cerca de 7,6 milhões de iemenitas vivem em regiões com alto risco de transmissão desta doença bacteriana, que se espalha através da ingestão de alimentos ou água contaminados.
As Nações Unidas têm chamado a atenção para a «grave crise humanitária» que se vive no país, à qual não são alheios os dois anos de ofensiva saudita e a destruição de muitas das suas infra-estruturas. Em meados de Maio, a OMS sublinhou que o número de pessoas infectadas poderia ultrapassar as 250 mil, chegando mesmo a 300 mil.
Guerra há mais de dois anos
Apoiada pelos EUA e o Reino Unido, e liderando uma coligação de países, em Março de 2015 a Arábia Saudita lançou uma poderosa ofensiva contra o seu vizinho do Sul, com ataques aéreos em vários pontos do país.
De acordo com estimativas recentes, a guerra de agressão contra o Iémen já provocou mais de 12 mil mortos entre a população civil. O objectivo, declarado, é recolocar no poder Abd Rabbuh Mansur Hadi, um aliado próximo de Riade que se demitira da presidência, e esmagar a resistência do movimento Ansarullah.