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Diário Liberdade
Segunda, 14 Outubro 2019 00:38 Última modificação em Sábado, 02 Novembro 2019 13:15

Terras ocupadas e destruição no quinto dia da agressão turca à Síria

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País: Síria / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Abril Abril

A ofensiva militar turca no Norte da Síria, em que se incluem grupos «rebeldes» com créditos firmados na longa guerra de agressão, continua a provocar destruição e mortandade entre os civis.

Iniciada na passada quarta-feira, a operação a que os turcos chamaram «Fonte de Paz» entrou hoje no seu quinto dia, em que, segundo a agência SANA, se verificou a ocupação da cidade de Suluk, no Nordeste da província de Raqqa, da barragem de Mabrouka e de várias aldeias, como Dweira, Harobi e Raj'an, na região de Ras al-Ain, no Norte da província de Hasaka.

A mesma fonte informa que partes da cidade de Tal Abyad (Norte da província de Raqqa) foram igualmente ocupadas e que as forças turcas e aliados conseguiram entrar ali no quartel-general das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), maioritariamente curdas.

A operação militar turca, em que se integram grupos terroristas que participaram em várias batalhas decisivas na guerra de agressão à Síria (como Alepo, Ghouta Oriental e Daraa), segundo refere um correspondente da RT, provocou grande destruição ao longo destes cinco dias no Norte e Nordeste do país árabe, nomeadamente em bairros residenciais e infra-estruturas de diverso tipo.

Um jornalista da SANA referiu-se ainda a movimentações das forças militares norte-americanas que se encontram ilegalmente na Síria. De acordo com a fonte, estas forças, protegidas por elementos da chamada coligação internacional, terão ajudado a passar terroristas do Daesh para o Iraque, depois de estes terem sido libertados de uma prisão na província de Hasaka.

Neste contexto, registaram-se «grandes protestos», este domingo, nas cidades de Hasaka e Qamishli contra a «agressão turca ao território sírio» e contra a «presença ilegal dos EUA na Síria», informa também a SANA, que dá conta de mobilizações semelhantes, no dia anterior, em várias localidades do Norte da província de Deir ez-Zor – contra a agressão turca e em defesa da unidade e da soberania da Síria.

Mais de 130 mil deslocados pela ofensiva turca na Síria

A operação militar da Turquia e seus aliados visa atingir as Unidades de Protecção Popular (YPG) curdas, que integram as FDS e são vistas por Ancara como um prolongamento (terrorista) em território sírio do braço armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), igualmente considerado terrorista pela Turquia.

A Casa Branca parecia «unha com carne» com as FDS – tal como as FDS, que se vangloriam de ter derrotado o Daesh, já foram «unha com carne» com este e aquele grupelho terrorista, conforme as ocasiões, sempre para «botar fora» o inimigo Bashar –, mas há uma semana anunciou que «curdos, nem por isso», e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, não demorou muito a decretar o início da operação militar no Norte da Síria, pela qual vinha a mostrar apetência há tempos.

De acordo com informação hoje divulgada pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla inglesa), os bombardeamentos intensos da aviação e da artilharia turcas já provocaram, pelo menos, 130 mil deslocados internos, informa a TeleSur.

No sábado, as FDS insistiram em virar-se para os «aliados americanos», pedindo-lhes que assumam a sua «obrigação moral» de proteger as milícias curdas da ofensiva turca, refere a PressTV.

Por seu lado, o governo sírio, pela voz do governador da província de Hasaka, Jamir Hamoud Mousa, reafirmou que não irá negociar com grupos que procuram a desintegração da Síria e que, com a sua conduta traiçoeira, trouxeram para o país o ocupante turco e provocaram a agressão ao país, refere o periódico Al-Watan, citado pela Prensa Latina.

Exército sírio prepara-se para assumir o controlo de Manbij

Numa tentativa de impedir que os turcos conquistem Manbij, na província de Alepo, o controlo da cidade deve passar das FDS para o Exército Árabe Sírio, segundo informação divulgada ontem pela agência Sputnik.

De acordo com a fonte, a iniciativa resulta de um acordo alcançado entre a Rússia e a Síria, por uma lado, e a Rússia, os EUA e as FDS, por outro. No âmbito do acordo, o Exército Árabe Sírio irá destacar diversas unidades e armamento pesado para Manbij, podendo içar a bandeira nacional em edifícios governamentais e nas entradas da cidade.

A agência refere ainda que os EUA retiraram, este sábado, o último equipamento militar da cidade, que foi conquistada ao Daesh em 2016.

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