A reunião de emergência foi convocada, ontem, pelos Estados Unidos da América, o Japão e a Coreia do Sul, depois de, na véspera, a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) ter realizado um teste com um míssil balístico.
A embaixadora norte-americana junto da ONU, Nikki Haley, acusou o país asiático de «promover a desestabilização e o aumento das tensões na Península Coreana», solicitou a aplicação de sanções a Pyongyang e disse que, caso elas não surtam efeito, o seu país está preparado para tomar medidas «para se defender a si mesmo e aos seus aliados», recorrendo à força militar, informam a RT e a Prensa Latina.
No dia 4 de Julho, a RPDC anunciou ter realizado, com êxito, um teste com um míssil intercontinental, enquadrando esta acção no seu direito à defesa, face à hostilidade crescente manifestada pelos EUA na Península da Coreia, onde tem destacados milhares de efectivos e leva a cabo manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul.
Diálogo como via para a paz
Vladimir Safronkov, vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, opôs-se às sanções, considerando que elas «não resolvem o problema» e sublinhando que as preocupações da RPDC com as questões de segurança devem ser levadas em conta.
Para o diplomata russo, as tentativas de estrangulamento económico da RPDC são inaceitáveis, da mesma forma que são «inadmissíveis» quaisquer tentativas de justificar uma solução militar, que «terá consequências imprevisíveis para a região», disse, citado pela RT.
O representante russo instou os demais países a tomar em consideração uma proposta conjunta sino-russa, na qual se defende o «congelamento» de hostilidades por ambas as partes, o «avanço paralelo» em direcção à desnuclearização e o diálogo como via para alcançar a paz.
Neste sentido, a RPDC deverá aceitar uma moratória sobre os ensaios com mísseis e as actividades nucleares, enquanto a República da Coreia e os EUA devem abster-se de realizar exercícios militares conjuntos de larga escala.
O representante chinês na ONU, Liu Jieyi, classificou a proposta sino-russa como uma «rota realista» para «acalmar as tensões» na península. Tal como a Rússia, a China mostra-se preocupada com a concentração de forças militares no Nordeste da Ásia – a pretexto de uma suposta ameaça norte-coreana – e considera que a instalação, por parte dos norte-americanos, do sistema de mísseis THAAD na República da Coreia é contrária aos interesses da região e constitui um grande obstáculo à paz.