Junto ao vídeo, de oito minutos, afirma-se que, «depois da Segunda Guerra Mundial, soldados do Báltico que tinham lutado em ambos os lados da guerra desapareceram nas florestas para travar a guerra de guerrilha mais sangrenta na Europa, contra as forças soviéticas ocupantes».
No mesmo dia, a Aliança Atlântica publicou na sua conta oficial de Twitter o trailer do filme, com 55 segundos de duração, dizendo que se trata da história dos «Forest Brothers», Irmãos da Floresta, que «lutaram contra o Exército soviético pelas suas pátrias após a Segunda Guerra Mundial».
Trata-se de apresentar com visível dose de heroísmo a guerrilha que, entre 1944 e 1953, lutou contra as forças soviéticas pela independência da Lituânia, da Letónia e da Estónia, sem mostrar grande preocupação pelo facto de, nessas forças, estarem integrados muitos legionários das SS nazis ou os que, nos países bálticos, haviam colaborado com as forças invasoras nazi-fascistas.
Passado e presente
A propósito da publicação do filme pela NATO, o portal stalkerzone.org afirma que «a ideologia da russofobia parece subir mais um degrau [...] e, daqui a pouco, torna-se moda e questão de prestígio falar da guerra contra o Exército Vermelho e apoiar o Terceiro Reich, como coisa gloriosa em nome da integração europeia».
No mesmo portal, lembra-se ainda que a tradição dos «irmãos da floresta» não foi esquecida, sendo que a Letónia, a Estónia e a Lituânia possuem forças paramilitares, que actuam em estreita ligação com os respectivos ministérios da Defesa e, depois, com a NATO.
O seu carácter anti-russo – e fascista – é assumido às claras e, segundo o portal, nos últimos três anos têm realizado exercícios conjuntos com «convidados ucranianos», nomeadamente do Batalhão de Azov e outros semelhantes.
Repúdio da diplomacia russa
A propósito do vídeo, Maria Zakharova, a porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, pediu hoje, na sua conta de Facebook, que «se veja com respeito as páginas trágicas da história e se repudie tão repugnante acção da Aliança Atlântica». Disse ainda esperar que «não seja necessário recordar os assassinatos massivos perpetrados por muitos dos membros dos Irmãos da Floresta».
Ontem, a representação da Rússia junto da NATO considerou que o material fílmico constitui uma nova tentativa de reescrever a história, para a colocar de acordo com os processos políticos nas ex-repúblicas socialistas do Báltico, onde prolifera o neofascismo e o nacionalismo, informa a Prensa Latina.