O navio de patrulha norte-americano USS Thunderbolt lançou em 25 de julho tiros de advertência contra um navio iraniano operado pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês).
O motivo para a advertência foi uma aproximação "perigosa" e a falta de respostas via rádio. O incidente não produziu vítimas ou danos.
Os representantes do IRGC consideraram o fato como "uma provocação" e "falta de profissionalismo", destacando que o navio persa prosseguiu sua missão sem reagir.
Por sua vez, um coronel do IRGC, que preferiu manter o anonimato, analisou as possibilidades de escalada de um conflito deste tipo para um confronto bélico direto.
"O que fazem os americanos é pouco profissional. São provocações propagandísticas destinadas a obter alguma base jurídica para empregar a força militar contra 'o país que, supostamente, prejudica a estabilidade na região'. Além disso, serve como justificação das sanções recém-aprovadas", disse o correspondente da Sputnik.
Nas águas do golfo Pérsico estão sempre presentes navios de várias nações que se aproximam uns dos outros constantemente. "Mas isso não quer dizer que se deva disparar imediatamente tiros de aviso", frisou o coronel.
Quanto à possibilidade de um conflito, o coronel do IRGC duvidou que o Pentágono pudesse "submeter ao caos toda a região com uma invasão do Irã", tendo em conta a extrema importância do golfo Pérsico para a economia mundial como "artéria do petróleo" (a área possui 25% do petróleo global).
Ali Reza Rezakhah, cientista político iraniano, também não acredita na possibilidade de um conflito real.
"Há que tomar em consideração a política doméstica dos EUA. O presidente Trump está sob pressão por supostos 'laços com a Rússia' até ao ponto de alguns senadores questionarem sua legitimidade", enfatizou o especialista.
O crescimento das tensões internas provoca mais agressividade na política externa da Casa Branca, destaca Ali Reza Rezakhah, acrescentado que o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica tem todo o direito de proteger suas fronteiras, incluindo as marítimas.
O poderio militar do Irã é suficiente para conter os EUA: "Não serão capazes de esmagar Teerã com uma invasão, já que as baixas para o Pentágono seriam inaceitáveis, concluiu Rezakhah.