O submarino Veliky Novgorod lançou esta sexta-feira, a partir do Mediterrâneo, vários mísseis Kalibr contra postos de comando, campos de treino, viaturas e depósitos de munições da Jabhat al-Nusra, na província de Idlib, informam a agência Sana e a RT.
Em comunicado, o Ministério russo da Defesa afirma que «todos os alvos foram atingidos» e que a acção de hoje se dirigiu às forças terroristas da al-Nusra que, esta semana, participaram num ataque contra elementos da polícia militar russa.
De acordo com o Ministério, na terça-feira de manhã um grupo numeroso de terroristas da al-Nusra – um de vários grupos que dominam a província de Idlib – cercaram e atacaram mais de 30 elementos da polícia militar russa a norte de Hama. Têm por missão verificar o cessar-fogo numa das quatro «zonas de segurança» criadas no âmbito das negociações de Astana (Cazaquistão), com o aval da Rússia, do Irão e da Turquia, e o apoio tácito dos Estados Unidos.
O objectivo dos terroristas era, de acordo com o Ministério, capturar os polícias, que foram defendidos por milícias locais fiéis ao governo de Damasco, antes de serem libertados por grupos de operações especiais sírios e russos, com o apoio de caças Su-25.
De acordo com a Sana e a RT, na operação de libertação 850 terroristas foram mortos, tendo sido ainda destruídas dezenas de viaturas blindadas, incluindo 11 tanques.
Acusação aos serviços de segurança norte-americanos
Em comunicado emitido na quarta-feira, o Ministério russo da Defesa afirmou que, de acordo com os dados que lhe foram facultados pelos seus serviços de inteligência, a «ofensiva lançada no dia anterior pela al-Nusra foi orquestrada pelos serviços de segurança norte-americanos, com o objectivo de fazer descarrilar a operação do Exército Árabe Sírio em Deir ez-Zor», impedindo o seu avanço para leste da cidade, indica a RT.
O Pentágono negou as acusações; no entanto, as suspeitas de que os EUA mantêm ligações com grupos extremistas na Síria não são recentes, e têm sido veiculadas por elementos do Kremlin. A 11 de Setembro último, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou que a situação em torno do grupo terrorista al-Nusra era «bastante ambígua», na medida em que era repetidamente poupado nas operações levadas a cabo pela coligação liderada pelos EUA.
Barragens abertas no Eufrates
Também esta semana, o Ministério russo da Defesa, pela voz do major-general Igor Konashenkov, pediu à chamada coligação internacional que «não dificulte as operações do Exército Árabe Sírio (EAS) contra os terroristas», refere a agência Sana.
O militar russo disse que, «à medida que o fim do Daesh na Síria se torna mais próximo, fica cada vez mais claro quem está realmente a combatê-lo e quem anda há três anos a imitar esse combate». Assim, «se a coligação internacional liderada pelos EUA não quer lutar contra o terrorismo na Síria, deve sair da frente daqueles que o estão a fazer de forma continuada e eficaz», frisou.
Estas declarações foram realizadas terça-feira, na sequência das descargas efectuadas em várias barragens no rio Eufrates, por parte de grupos armados apoiados pelos norte-americanos, com o objectivo de dificultar a passagem das unidades do EAS para a zona oriental da província de Deir ez-Zor.
O militar russo afirmou que, «mal as tropas sírias começaram a tentar atravessar o rio, o nível das águas subiu em poucas horas e a velocidade da corrente duplicou». E «sem que tenha chovido», sublinhou.