A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) afirmou, em seu relatório “Panorama regional da segurança alimentar e nutrição na África 2017”, que essa situação se deve majoritariamente à mudança climática, aos conflitos e à queda da economia mundial.
O dado sobre a fome supõe que 25% dos 815 milhões de pessoas malnutridas no mundo em 2016 se encontram nesse continente, destacou o representante regional da FAO para a África, Bukar Tijani.
Definiu que entre os fatores determinantes para o aumento da fome na região aparecem o aumento da população incapaz de aceder aos alimentos, as condições climáticas adversas e os conflitos, fatores que com frequência coincidem.
O estudo indica que, na primeira década do milênio, a África subsaariana progrediu na luta contra a fome, que caiu de 29,1% a 20,6%. No entanto, este avanço retrocedeu em 2015 e 2016, em muitos países.
Essa virada foi devido, entre outras causas, ao impacto dos conflitos e às condições climáticas – como as reiteradas secas, com frequência relacionadas ao fenômeno do El Niño – que deram lugar a más colheitas e a perda de gado.
Segundo a pesquisa, existe um estreito vínculo entre a fome e os conflitos, ao afirmar que 489 milhões de pessoas dos 815 milhões que sofriam com a subnutrição no mundo em 2016 vivem em países assolados afetados pelos conflitos, a violência e a vulnerabilidade.
No caso da África subsaariana, a maioria da população subnutrida se encontra em países afetados por conflitos, indica o documento.
Afirma que quase se duplicam os países que sofrem com violência e crises prolongadas, afetando diretamente seus resultados nutricionais.