Jaroslaw Kaczynski, líder do partido (embora não tenha um cargo no governo, sendo oficialmente apenas um parlamentar), chamou o presidente da corte, em fevereiro, de “anarquista” por protestar contra as medidas do partido para tomar conta do tribunal. E ameaçou: “nós não vamos permitir a anarquia na Polônia, mesmo que seja a anarquia espalhada pelos tribunais”. Ainda no começo de seu governo, o PIS já enfrenta uma série de protestos de rua.
A União Europeia (UE) também ameaça o governo do PIS, com afirmações de que é preciso verificar se as medidas do PIS não violaram nenhuma regra do bloco europeu. No entanto, a Polônia é fundamental no cerco imperialista à Rússia. Esse mês está sendo realizado o maior exercício militar da OTAN no leste da Europa desde a guerra fria, na Polônia.
Outra medida que o novo governo está preparando é uma restrição ainda maior ao aborto. O aborto na Polônia só seria permitido em caso de risco de morte da mulher grávida. A nova lei aumenta as penas para quem fizer aborto e para quem der informações sobre como e onde fazer aborto. Uma lei para aumentar o poder do Estado sobre a população e autorizar mais punições.
A chegada do PIS ao poder expressa uma tendência generalizada À extrema-direita diante da crise econômica. Para a burguesia, é necessário endurecer os regimes políticos e aumentar a repressão, para impor aos trabalhadores mudanças que façam a classe trabalhadora pagar pela crise, com perda de direitos trabalhistas, salário, bolsas e serviços públicos. Para garantir à força essas mudanças de ataque às condições de vida da população, esses regimes precisam reprimir os trabalhadores e suas organizações. Na Polônia, já há uma onda de protestos contra o governo e uma grande polarização.