A ideia de mercado competitivo livre é aprovada por ambos os partidos dos Estados Unidos – Democratas e Republicanos –, portanto, em geral, não há diferença entre eles. O capitalismo mostrou-se efetivo apenas para explorar as pessoas e o planeta, a fim de obter riqueza para alguns. Vamos dar uma olhada em algumas das piores deficiências do sistema capitalista nos Estados Unidos.
O monopólio oligárquico é o fim lógico da competição capitalista
Os últimos estudos realizados pela holding financeira suíça UBS GROUP AG mostraram que o mundo está experimentando um rápido crescimento da desigualdade econômica. O relatório mostrou que a participação da riqueza dos bilionários em relação a 2016 cresceu 20%, atingindo o maior nível de desigualdade. Este nível de desigualdade entre os pobres e os ricos tinha sido observado pela última vez em 1905.
Isso não é surpreendente. A experiência demonstrou que o livre mercado, se não é limitado, opera com base no princípio de “o vencedor obtém tudo”, ou seja, leva ao surgimento de monopólios e oligopólios. A crise econômica em que os Estados Unidos estão hoje está relacionada com fato de que as autoridades dos EUA estão no mesmo erro pela terceira vez. A primeira vez foi o pânico de 1893 e a depressão que a seguiu, que se tornou a pior na história dos EUA na época. Em seguida, mais de 15.000 empresas e 500 bancos foram arruinados, o desemprego no pico da depressão ascendeu de 17 a 19%. O segundo foi a Grande Depressão da década de 1930.
Em todos os três casos, a grave crise econômica foi precedida pela política do livre mercado. Baixou os impostos para as empresas e eliminou o Estado da economia, transferiu a regulamentação para as empresas e o mercado. Três tentativas que terminaram da mesma forma: uma enorme estratificação entre os pobres e os ricos, e uma crise catastrófica causada por desigualdade.
Na verdade, a concorrência já não funciona simplesmente porque já não existe. Convencendo a população de que a regulamentação da economia é ruim, a própria oligarquia regula a maior parte do mercado, estabelecendo seus próprios preços e regras.
Derrick Thompson, em seu último artigo na revista Atlantic, descreve um dia típico do americano de classe média e pergunta: esse americano pode escapar da influência dos monopólios? Ele acorda pela manhã e navega pela internet, que acessapor meio de um provedor local de um monopólio. Compra produtos na rede Walmart, que controla uma quarta parte do mercado de alimentos do país. Se ficar doente, irá à farmácia, que provavelmente pertence a uma das três empresas farmacêuticas dos EUA que controlam 99% do mercado no país.Se for ler e-books, ouvir música ou beber cerveja, cairá nas garras de apenas duas empresas que controlam mais de metade de todas as vendas para estes três tipos de produtos ou para fornecer serviços. Não há saída.
Outro exemplo é a monopolização do mercado de mídia. Seis empresas controlam 90% deste mercado. E o mais importante: a monopolização do setor bancário. A falência de vários grandes bancos foi o início da crise de 2008. Mas hoje há menos bancos, e cada um deles tornou-se ainda mais rico.
Essa concentração de capital nas mãos dos grandes negócios leva a um maior desemprego, pagamentos sociais mais baixos e preços mais altos. O que está acontecendo é completamente o oposto do que a teoria econômica neoclássica ensina, inventada pelos lacaios do capitalismo, que declara que, para melhorar o bem-estar das pessoas, é necessário parar de regulamentar os negócios.
Esse controle se manifesta na política do Estado, com o objetivo de enriquecer um pequeno grupo de oligarcas proprietários dos meios de produção à custa de um número cada vez maior de pessoas pobres. Hoje, cinco oligarcas possuem a mesma riqueza que os 3,8 bilhões de pessoas mais pobres do mundo. Ou seja, sua riqueza é igual à riqueza da metade da humanidade!