O canal iraniano HispanTV noticia que a vitória final das forças oficiais da Síria contra os grupos terroristas se deu após a saída das facções das quatro últimas localidades em que elas controlavam, especialmente Douma.
Com a iminente derrota para as tropas do governo sírio, os militantes dos grupos que se refugiavam em Ghouta Oriental (Jaysh al-Islam, Faylaq al-Rahman e Tahrir al-Sham Hayat) entraram em um acordo com Damasco para serem evacuados a outras regiões.
Os membros da Jaysh al-Islam – principal organização extremista naquela localidade – serão transferidos para a cidade de Jarablus, enquanto que os da Faylaq al-Rahman irão para Idlib.
As evacuações já começaram. Segundo a agência estatal síria, Sana, os terroristas concordaram em entregar todos os prisioneiros sequestrados, civis ou militares, assim como os cadáveres dos que tombaram na luta pela libertação de Ghouta Oriental e armamentos.
Civis ainda estão saindo do enclave damasceno. De acordo com a Sana, 150 mil pessoas escaparam de Ghouta Oriental pelos corredores humanitários abertos pelo governo com a ajuda da Rússia, após muitas pressões contra os grupos extremistas, que estavam impedindo o povo daquela localidade de sair.
No entanto, de acordo com a HispanTV, um dirigente da Jaysh al-Islam declarou ao portal sírio Enab Baladi que o acordo de rendição e evacuação de seus combatentes ainda não foi assinado, embora tenha confirmado que está em vigência um pacto para extensão do cessar-fogo e saída de civis de Douma.
De qualquer forma, mais de mil guerrilheiros da Faylaq al-Rahman e seus familiares já deixaram a região e estão a caminho de Idlib.
Há mais de sete anos o governo sírio combatia violentamente terroristas em Ghouta Oriental. Em diversas ocasiões essas organizações (que, ora se aliavam, ora se enfrentavam) foram acusadas de violação de direitos humanos contra a população do enclave, como a utilização de civis como escudos humanos, execuções em massa e perseguição de dissidentes e grupos religiosos.
Na fase final do conflito, com o avanço do Exército Árabe Sírio, as milícias lançaram centenas de bombardeios contra outras regiões de Damasco, causando vítimas fatais em alguns casos. Entretanto, esses fatos foram – e são até hoje – silenciados no noticiário dos grandes meios de comunicação ocidentais, que têm sido durante todos esses anos de guerra na Síria um instrumento de campanha contrária ao governo do presidente Bashar al-Assad e apoio a grupos terroristas e às ações dos EUA e aliados para dividir o país árabe.