Cerca de 204 pessoas morreram nos últimos dias depois de serem colocadas por traficantes de pessoas em embarcações inseguras, 103 desapareceram em um naufrágio na sexta-feira (29) e outras no domingo (1), quando um bote de borracha naufragou a leste de Trípoli e deixou 41 sobreviventes.
“Há um aumento alarmante de mortes no mar no litoral da Líbia”, disse o chefe da missão da OIM para a Líbia, Othman Belbeisi, em um comunicado. “Os traficantes estão explorando o desespero dos imigrantes para irem embora antes de novas operações repressivas às travessias do Mediterrâneo por parte da Europa.”
O fluxo de imigrantes diminuiu desde o pico de 2015 —o número de pessoas que tentam a viagem perigosa a partir do norte da África caiu de centenas de milhares para dezenas de milhares. A outra rota principal, da Turquia para a Grécia, usada por mais de um milhão de pessoas em 2015, foi interditada em grande parte dois anos atrás.
O porta-voz da OIM, Leonard Doyle, disse que o aumento dos últimos dias pode se dever a fatores como o clima e o fim do Ramadã.
Apesar do crescimento das mortes nos últimos dias, o número de pessoas desaparecidas no mar até agora no ano é menos da metade do que foi registrado a esta altura em 2017. Mas a jornada por terra através do Saara e depois pelo Mediterrâneo continua sendo a rota imigratória mais fatal do mundo, e tão polarizadora quanto sempre na política europeia.
Partidos anti-imigração de direita assumiram o poder na Itália no mês passado, estão consolidados nos países do leste europeu e conquistaram assentos no Parlamento alemão pela primeira vez desde os anos 1940 no ano passado.
No domingo (1), o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, ofereceu sua renúncia devido às propostas para a imigração trazidas de Bruxelas pela chanceler Angela Merkel, provocando dúvidas a respeito da sobrevivência de seu governo já frágil.