Apresentada como democracia tipo exportação, o regime norte-americano atingiu a quantidade monstruosa de 2,2 milhões de presos em todo país. É como se toda população da Jamaica estivesse presa, ou países menores, como Qatar ou Eslovênia.
Essa quantidade de presos é resultado direto da política de aumento da repressão do governo dos Estados Unidos ao longo dos anos. Quer dizer, o imperialismo não só promove ataques à nações inteiras, como os povos do Oriente Médio, como ataca seu próprio povo, especialmente latinos, negros, imigrantes, mexicanos. Pobres e trabalhadores também estão na lista da repressão norte-americana.
Outro fator que contribui para o aumento da população prisional é que o sistema, nos EUA, é majoritariamente privatizado. Quer dizer, um determinado empresário assume a administração de uma penitenciária. Recebe recursos do estado a cada novo preso. Finalmente, lucra com o aumento das prisões.
Pela quantidade de presos, o custo individual de um detento acaba caindo, o que, por outro lado, facilita novas prisões. Ou seja, aumento da repressão, das penas e dos prisioneiros não tem a menor relação com a redução de crimes, que seria o objetivo declarado do sistema penal.
Matéria recente do jornal The New York Times afirma que existem estudos que demonstram que o encarceramento em massa e longas sentenças aumentam a reincidência.
Ao perder todo laço social, trabalho, família, atividades sociais diversas, sua reentrada no sistema penal é quase garantida. Um novo estudo afirmou que a cada ano adicional de prisão aumenta a probabilidade de reincidência em 4.7%.
Mesmo após a remissão na prisão, a pessoa não consegue ser reinserida na sociedade de maneira completa. De acordo com a matéria, o salário do ex-detendo cai, em média, de 40 a 50%, isso se conseguir um emprego.
Para os negros nos EUA a situação é ainda mais grave. Sendo pouco mais de 13% da população norte-americana, dentro das cadeias a população negra chega quase a 30% desses 2,2 milhões, mostrando que os protestos contra a repressão policial que acontecem no país neste momento não são apenas contra os homicídios cometidos pelos policiais, mas também pelo racismo do sistema como um todo.
A direita internacional promove uma campanha pelo aumento da repressão com uma série de justificativas sem fundamento. É o que os golpistas pretendem fazer no Brasil: privatizar todo o sistema penal, aumentar as penas e inaugurar uma fase mais intensa de perseguição à população negra, pobre e trabalhadora.
O encarceramento em massa dos EUA é a inspiração dos golpistas brasileiros.