Entre eles, uma série de emails revela medidas de sabotagem que a Secretária de Estado tomou contra a Venezuela, durante o governo de Hugo Chávez. Em um dos emails, enviado em 2010 ao ex-Secretário Assistente de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, Clinton diz que é necessário influenciar o Brasil contra a Venezuela.
“Nós precisamos nos encontrar com Jim Steinberg [e falar] sobre sua viagem à região e desenvolver uma abordagem mais efetiva para a Venezuela, para o seu conflito com a Colômbia, e como influenciar o Brasil a estar mais inclinado a colocar rédeas em Chávez”, diz um trecho, seguido por um outro que diz que “nós precisamos considerar com cuidado as consequências de confrontá-lo publicamente mas devemos procurar oportunidades para outros na região nos ajudarem.”
Outros emails revelam a participação de outros membros do governo em boicotes à Venezuela. Em 2009, por exemplo, a funcionária da USAID Letitia K. Butler sugere que os doações da fundação “devem ocorrer em alguns casos, mas não em outros […] Por exemplo, nos estados neo-bolivarianos na América Latina (Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador) [as doações] poderiam prejudicar o desenvolvimento democrático real.”
Guerra de propaganda
Em um email enviado a Clinton em 2010, a ex-vice-chefe de gabinete da Secretaria de Estado e atual vice-presidente da campanha de Hillary Clinton, Huma Abedin, diz que o novo Presidente da Broadcasting Board of Governors – instituição responsável por veículos como Voice of America, Radio Free Europe e Radio Free Asia -, Walter Isaacson (ex-editor da revista Time e diretor da CNN), está “pedindo ainda mais dinheiro para que a BBG combata os esforços de diplomacia pública dos ‘inimigos’ da América, que ele identifica como Irã, Venezuela, Rússia e China.”
O email diz ainda que Isaacson citou iniciativas como a TeleSUR, Russia Today e Press TV (Irã) como exemplos de veículos a serem combatidos na guerra de propaganda.