Linguistas e professores discutem deve ser abordado o ensino da língua portuguesa para que esta se assuma como uma língua global, tal como acontece com o inglês, que também tem variações entre diferentes comunidades anglófonas.
Intitulada “Diglossia, Bidialectismo, ou Bilinguismo? O Português como Língua estrangeira na Sala de Aula”, a conferência tem o objetivo de comparar e debater dilemas e diferentes experiências de ensino da língua portuguesa e de outras línguas internacionais.
Uma das principais questões, segundo o organizador Filipe Schery, professor na Universidade de Cambridge, é se o “português brasileiro e o português europeu deveriam ser ensinados como duas línguas diferentes, dois dialetos diferentes ou dois registos diferentes”.
Stavroula Tsiplakou, professora da Universidade Aberta do Chipre, uma das palestrantes, estuda o caso da comunidade cipriota grega no âmbito do bidialectismo na sala de aula.
Já a brasileira Matilde Scaramucci, da Universidade de Campinas, propõe uma análise ao dilema que os professores enfrentam de ensinar apenas uma das variantes do português ou ambas ao mesmo tempo.
Alguns linguistas anglófonos têm defendido modelos para o ensino do Inglês que abrace a diversidade e pluralismo do idioma, em vez do modelo monocêntrico, que é mais frequentemente adotado.
“Apesar das diferenças entre as realidades sociolinguísticas e funções do Inglês e do Português, as observações e contribuições produzidas pode ser relevantes para refletir e desafiar práticas existentes”, afirma Scaramucci.